Esse site tem o objetivo de relatar todo o conhecimento sobre o homem e Deus.Como fazer para crescer espiritualmente,ser uma pessoa melhor, mais sábia. Desde materiais,mensagens e grandes homens que marcaram o mundo com sua luz. Esse site despretensioso tem a finalidade de que possa ser útil para ir em busca do autoconhecimento e despertar da consciência, acordar do sonho físico que nos limita tanto.Despertar do sono para podermos encontrar a alma, o Deus que habita o interior de cada ser.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Navaratri




Dia 16 a 24 de março acontece o Navaratri, um festival que ocorre duas vezes ao ano na Índia, no início do inverno e a outra no início do verão, pois estes períodos são considerados duas junções muito importantes de influência climática e solar, e períodos de grandes oportunidades sagradas para adoração da Divina Mãe. “Nava” significa nove e “Ratri” noite, ou seja, são nove noites dedicadas às três Devis (deidades femininas) principais: Durga (removedora dos obstáculos), Lakshmi (proporciona abundância e riquezas material e espiritual) e Saraswati (proporciona sabedoria e aprendizagem).

Os noves dias de Navaratri são divididos em jogos de três dias para adorar aspectos diferentes da deusa suprema. Nos primeiros três dias, a Divina Mãe é invocada como a força poderosa chamada Durga para destruir todas nossas impurezas, vícios e defeitos. Os próximos três dias, a Divina Mãe é venerada como doadora da riqueza espiritual, Lakshmi que é considerada a que tem o poder de dar aos seus devotos a sua inesgotável riqueza. Os últimos três dias estão relacionados com a deusa da sabedoria, Saraswati. Nesse período do festival é o momento para adorarmos as deidades que nos dão proteção, prosperidade, riqueza e força para enfrentar as barreiras da vida.

DURGA: símbolo da super consciência, se expressa como força. É o poder da Shakti (força cósmica feminina) que se manifesta como guerreira, protetora e benfeitora, sendo sua missão combater os demônios que colocam em perigo a estabilidade universal. É a removedora de todos os obstáculos e de todas as conseqüências más da vida e a doadora do poder e da paz. Nas representações artísticas ela se apresenta como uma bela mulher, montada em um tigre ou leão, com bastantes ornamentos como jóias preciosas, uma expressão serena no rosto, vários braços (8, 10, 12), algumas armas nas mãos e em outras mãos com gestos de benção. Os oito braços como mostra a figura abaixo significa os oito elementos.

Durga


LAKSHMI: é a deidade da prosperidade e da beleza, contribui com a preservação dos três mundos (Terra, Atmosfera e Céus), proporcionando abundância e riquezas de natureza material e espiritual. É também considerada como a deusa do amor e felicidade. Sua representação artística está sempre associada ao símbolo da flor de lótus, como na figura abaixo.

Lakshmi


SARASWATI: é a deidade da sabedoria, aprendizagem e fala. Ela é responsável por trazer arte, música, dança, literatura e cultura em nossas vidas. É a protetora das 64 artes, da energia criativa e doadora do discurso fluente. Saraswati representa a qualidade de Viveka, que significa discriminação, discernimento e análise. A representação artística é sempre de uma bela jovem vestida de branco com quatro braços, que em uma das mãos segura o Veena (instrumento musical indiano), com a outra segura um livro que representa o conhecimento e a aprendizagem.

Saraswati



"Que as bênçãos da Mãe Divina acompanham a paz, abundância e prosperidade para a vida de todo o mundo".


Swami Sivanada Saraswati

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Kriya yoga : a técnica suprema de emancipação mencionada no Gita

Nestas duas estrofes [ v:27-28] e em IV:29, o Gita deixa de parte toda abstração e generalização, e se refere à técnica específica de salvação: kriya yoga. Por meio da técnica especial de Kriya yoga, a inalação de prana e a exalação de apana são convertidas em correntes fria e tépida. No começo da prática de kriya yoga, o devoto sente a corrente fria de prana subindo pela coluna vertebral e a corrente tépida de apana descendo pela coluna vertebral, acompanhando a inspiração e a expiração.

Quando o Kriya iogue aprende a dissolver o alento que se inala e o que se exala na percepção das correntes fria e tépida que sobem e descem pela coluna vertebral, sente que o corpo é mantido por essas correntes interiores de força vital e não pela respiração, seu subproduto.
Gradualmente, ele descobre que essas duas correntes na coluna vertebral convertem-se em uma única força vital, atraindo magneticamente reforços de prana de todas as células corporais e nervos.

Essa corrente vital fortalecida flui para cima, para o ponto entre as sombrancelhas, e é vista como o olho astral esférico tricolor: um som luminoso em cujo centro está uma esfera azul rodeando uma estrela cintilante a brilhar. Jesus referiu-se a esse olho único no centro da testa e à verdade de que o corpo é essencialmente formado de luz com as seguintes palavras. '' Se portanto, o teu olho for único, todo o teu corpo será luminoso''.


Esta estrofe do Gita sublinha a necessidade de neutralizar ou ''igualar'' as correntes de prana e apana. Esse resultado se faz possível pela prática de Kriya yoga, que recarrega as células corporais na vida cósmica interior, de modo que a inalação e a exalação ficam igualadas - quer dizer, imobilizadas e desnecessárias. A respiração se imobiliza, a vida se imobiliza as sensações e pensamentos são dissolvidos. A luz divina de vida e consciência. percebida pelo devoto nos centros cerebrospinais, unifica-se com a luz cósmica e com a consciência cósmica.
Por esse método científico, passo a passo, a ascensão do iogue desde os sentidos se faz em realidade, e não por mero desvio ineficaz da mente em relação a eles. Ele aprende a desviar cientificamente para a coluna vertebral e para o cérebro, as correntes dos canais dos cinco sentidos e desse modo a unir a consciência com alegria das percepções espirituais superiores nos sete centros.
Quando é capaz de permanecer imerso na bem-aventurança divina mesmo no estado de atividade, ele já não se torna envolvido com os desejos de desfrutar dos objetos exteriores. Irradiando a tranquilidade das percepções divinas, ele não é pertubado pelo surgimento do temor e da ira em face da não realização dos desejos materiais.


Descobre que a Alma já não está mais presa à matéria, mas unidade para sempre com a bem-aventurança cósmica do espirito.


Fonte - A Yoga do Bhagavad gita de paramahansa yogananda.

O simbolismo iogue do soar dos buzios


Estes versículos fazem referência aos sons de vibrações específicas ( os búzios dos diversos pandavas) ouvidos pelo devoto que medita, emanando dos centros astrais da coluna vertebral e no bulbo raquiano. Pranava, o som da vibração criadora de Om (Aum), é a mãe de todos os sons.

A energia cósmica inteligente de Om, emitida por Deus e manifestação dele, é o criador e a substância de toda a matéria. Essa vibração sagrada é a ligação entre a matéria e espirito. Meditar em om é o caminho para perceber a verdadeira essência de toda a criação como espirito. Seguindo, interiormente, o som do Pranava até a sua fonta, a consciência do iogue é transportada para o alto, para Deus.

No universo microcósmico do corpo humano, a vibração de Om age por intermédio das atividades vitais dos centros astrais da vida na coluna vertebral com seus elementos vibratórios criadores
(tattvas): terra, água, fogo, ar e éter. Por intermédio deles o corpo humano é criado, posto em ação e mantido. Essas vibrações ao operarem, manifestam variações características do Pranava.

O devoto cuja consciência se torna sintonizada com esses sons astrais interiores descobre-se ascendendo gradualmente a estados superiores de percepção.


Fonte - A Yoga do Bhagavad gita de paramahansa yogananda. Cap - O desalento de Arjuna.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O QUE É SAMADHI ?

O samadhi é a unidade com o Espírito, é o estado mais elevado o qual se consegue através da meditação prolongada e profunda. Samadhi é a expansão da alma no Espírito. Consiste em retirar a mente dos sentidos para unificá-la ao Espírito. Consiste em dissolver a bolha do ego no oceano do Espírito. Consistem em unificar a pessoa que medita, a meditação e o objeto da meditação, em um só. O samadhi é uma expansão da consciência humana na Consciência Cósmica. Consistem em retirar a consciência humana do plano dos sentidos para dirigí-la à subconsciência, à supraconsciência, à Consciência Crística e, finalmente, ao estado de Consciência Cósmica.

O samadhi consistem em expandir os poderes dos sentidos e das percepções do corpo de tal forma que esta possa sentir os sucessos que se desenvolvem em qualquer planeta e em qualquer ponto do espaço como se fossem as sensações próprias. Em outras palavras, o estudante avançado, mediante o poder do samadhi, pode sentir o universo como se fosse seu próprio corpo.

Um verdadeiro yogui pode sentir o céu como se fosse seu corpo e a Energia Cósmica como se fosse o alento de sua vida, e as grandes forças elétricas, termicas e gravitacionais, como se fosse sua própria circulação. Pode sentir a batida de seu coração em todos os corações; pode sentir sua mente em todas as mentes; pode perceber os sentimentos de todos; pode sentir Sua presença em todo movimento.

O samadhi não é um contato imaginário da alma com o Espírito em um estado de inspiração subconsciente; não é uma alucinação no qual se podem perceber numerosas forças imaginárias; não pe um estado inconsciente no qual tanto o conhecimento interno como o externo são suspensos.

A inconsciência é um estado de coma no qual o ego não se separa das vibrações da natureza nem da percepção desta. Durante a inconsciência, a consciência permanece adormecida. A inconsciência é como um clorofórmio mental no qual a atividade da consciência se paralisa por completo; é ocasionada por determinadas condições mentais e físicas.

As dualidades da experiência humana desaparecem através da uniade que se experimenta no samadhi, no qual se percebe que tudo se transforma em Espírito. Quando se está em samadhi, pode-se perceber o oceano do Espírito com as ondas de Sua criação, ou também, pode-se contemplar o mesmo oceano espiritual existindo transcendentalmente de forma serena, sem as ondas da criação.

No estado inicial de samadhi, o yogue [isto é, o que une sua alma ao Espírito mediante a meditação correta] permanece tão absorto no Espírito que esquece o universo material e o criado. Mas este estado não é inconsciente, pois se fosse supõem-se que haveria uma falta de percepção tanto interna como externa. A consciência espiritual plena do estado de samadhi só pode adquiri mediante a disciplina da meditação regular e contínua e não tem nenhuma relação com a inconsciência.

No estado inicial de samdhi, o devoto se encontra retraído e absorto no Espírito, mas nos estados superiores e grandiosos, não só percebe o Espírito sem a criação, como também o Espírito manifestado em toda a criação. Este estado de conhecimento se chama Consciência Cósmica. O qual inclui a totalidade do universo. O conhecimento do devoto percebe todo movimento e toda a transformação que ocorre na vida, desde o movimento das estrelas até a queda de um pequeno pardal, assim como a rotação do mais diminuto elétron.

Quem assim submerge no estado de samadhi descobre que os sólidos se fundem nos líquids, os líquidos no estado gasoso, os gases na energia e a energia se dissolve na Consciência Cósmica. Ele contempla que o s universos objetivo e subjetivo se unem no Espírito e que seu ser material expandido se unifica ao ser espiritual superiro. No lugar de experimentar a suspensão da vida e desta, converte-se na fonte mesma da vida e à alegria suprema eterna. Neste estado, a diminuta bolha da alegria se converte no mesmo Mar do regozijo.

Os diversos graus de samdhi produzem diversos estados de consciência: alegria perpetuamente renovada, ou sabedoria eterna, ou paz consciente, ou conhecimento da existência onipresente; estes estados produzem uma unidade da alma com o Espírito, o qual pode ser temporal, semi-permanente ou permanente.

Paramahansa yogananda


O que é o dever

A única maneira do homem progredir é cumprir os deveres com os mais próximos, e deste modo ir acumulando forças para poder ir mais alto. Um jovem sannyasin foi a um bosque; ali meditou, adorou e praticou yoga por muito tempo. Depois de alguns anos de rude trabalho, achando-se um dia sentado sob uma árvore, caíram sobre sua cabeça umas folhas secas. Olhou para cima e avistou um corvo e uma gralha que discutiam no alto da árvore.

Muito contrariado, lhes disse: "Como vos atreveis a atirar estas folhas secas sobre a minha cabeça?", e como ao pronunciar estas palavras os olhou colérico, de sua cabeça saiu um raio de fogo que converteu os pássaros em cinza. Sentiu-se então muito feliz pelo desenvolvimento desse poder; podia fulminar um corvo e uma gralha só com um olhar. Passado algum tempo, precisou ir à cidade mendigar pão. Chegou à porta de uma casa e disse: "Mãe, dá-me de comer?" Ao que respondeu uma voz: "Espera um pouco, filho meu". O jovem pensou: "Desgraçada mulher, como vos atreveis a fazerme esperar? Ainda não conheceis meu poder". Enquanto pensava isto, ouviu-se de novo a voz que dizia: "Menino, não vos envaideçais tanto, pois aqui não há corvos nem gralhas".

O sannyasin, todo assombrado, ficou esperando. Por fim, apareceu uma mulher, e ele, caindo a seus pés, lhe disse: "Mãe, como sabias isto?" E ela respondeu: "Filho meu, eu não conheço vossa yoga nem vossas práticas. Sou uma mulher vulgar. Fi-lo esperar porque meu marido está doente e o estava atendendo. Toda a minha vida me esforcei por cumprir meu dever. Quando era solteira, cumpria meus deveres para com os meus pais; agora, que sou casada, cumpro meus deveres como esposa; esta é toda a yoga que pratico.

Todavia, cumprindo o meu dever, cheguei a ser iluminada; por isto posso ler vossos pensamentos e saber o que haveis feito no bosque. Se quereis saber algo de mais elevado, ide ao mercado da cidade e ali encontrareis um vyadha (4), que vos ensinará algo que devereis saber".

O sannyasin pensou: "Para que hei de ir a esta cidade para ver um vyadha?" Mas depois resolveu ir. Quando chegou à cidade, encontrou um mercado a certa distância e viu um carniceiro grande e gordo que cortava a carne com uma enorme faca, falando e comerciando com várias pessoas. O jovem disse: "Valha-me, Senhor. É este o homem de quem tenho de aprender? Parece a encarnação do demônio". O homem o olhou e disse: "Olá, swami! Fostes mandado aqui por aquela senhora? Sentai-vos um pouco até que eu termine minhas obrigações". O sannyasin pensou: "O que irá me acontecer?" Sentou-se. O homem continuou seu trabalho, e uma vez terminado, pegou o dinheiro e disse ao sannyasin: "Vinde, Senhor; vinde à minha casa". Quando chegaram, ele lhe ofereceu um assento e lhe disse: "Esperai-me aqui", e foi para o interior da casa. Aí, lavou seus velhos pais, deu-lhes de comer e fez tudo quanto foi possível por agradá-los, depois do que se voltou para o sannyasin e perguntou: "Que posso eu fazer por vós?" O sannyasin lhe fez algumas perguntas relativas à alma e a Deus, e o vyadha lhe deu para ler um fragmento do Mahabarata chamado o Vyadha Gita, que contém um dos mais belos ensinos da Vedanta.

Quando o vyadha terminou seu ensinamento, o sannvasin ficou assombrado. Então lhe perguntou: "Com um conhecimento corno o vosso, como é que estais no corpo de um vyadha cumprindo tão horrível trabalho?" "Filho meu", replicou o vyadha, "nenhum dever é feio, nenhum impuro. Meu nascimento me colocou neste ambiente. Em minha infância aprendi o comércio; estou desligado e trato de cumprir o meu dever. Procuro cumpri-lo como chefe de família, e também fazendo todo o possível por tornar felizes meus pais. Não conheço vossa yoga, nem sou sannyasin, nem abandono o mundo para ir aos bosques; no entanto, tudo o que tendes visto e ouvido, é o que recebo, por cumprir ,desligadamente o meu dever; é o que corresponde à minha posição".

Conheço na Índia um Sábio, um grande yogue, um dos homens mais assombrosos que vi em minha vida. É original; não ensina ninguém; se lhe fazeis uma pergunta, não responde, pois não quer assumir a atitude de mestre; porém, se esperais alguns dias, no curso de uma conversação fará que esta recaia sobre o assunto e projetará sobre ela irmã luz maravilhosa. Comunicou-me uma vez o segredo da ação: "Que o fim e os meios se associam". Quando fizerdes qualquer trabalho, não penseis em outra coisa. Leva-lo ao fim, como um ato de adoração, como se cumprísseis o mais elevado culto, e concentrai nele toda vossa vida.

Assim, no conto que acabo de referir, o vyadha e a mulher cumpriram seu dever com alegria ' e boa vontade, resultando da a conquista da iluminação. Isto demonstra claramente que a reta execução dos deveres em qualquer esfera da vida, sem pensar nos resultados, conduz à mais alta realização da perfeição da alma.

O trabalhador que se liga aos resultados é o que se queixa da natureza do dever que lhes coube pelo destino. Para o trabalhador desligado, todos os deveres são igualmente bons e constituem eficazes instrumentos para destruir o egoísmo e a sensualidade, e também para assegurar a independência da alma.

É comum superestimarmos nossos méritos. Nosso deveres são proporção muito maior do que estamos dispostos a confessar. A competição desperta a inveja e mata a vontade. Para os descontentes, os deveres se tornam desagradáveis; nada os satisfaz e sua vida redunda num fracasso. Continuemos trabalhando, cumprindo o nosso dever, à medida que vamos avançando, e então, com segurança, conseguiremos ver a Luz!

Swami Vivekananda



Criar Bons Hábitos e Destruir Maus Hábitos

A mente pode lhe dizer que você é incapaz de libertar-se de um hábito em especial, mas os hábitos são apenas repetições de seus próprios pensamentos e, esses, você tem a capacidade de mudar. A maioria das pessoas que decide parar de fumar ou de comer doces em demasia continua a realizar tais atos malgrado seu. Elas não mudam, porque as suas mentes, como esponjas, absorveram os seus hábitos de pensar. Hábito significa que a mente acredita não poder se livrar de determinado pensamento. O hábito é tenaz, sem dúvida. Uma vez praticado, um ato deixa um efeito ou impressão na sua consciência. Como resultado dessa influência, você tem probabilidade de repetir esse ato.

A repetição de um ato cria uma configuração mental. Todas as ações são executadas mental e fisicamente.

A repetição de um ato em particular e da imagem mental que o acompanha forma sutis caminhos elétricos no cérebro físico, como se fossem as ranhuras de um disco fonográfico. Após algum tempo, sempre que você puser a agulha da atenção nessas ranhuras de caminhos elétricos, ela toca o disco da configuração mental original. Cada vez que o ato se repete, essas ranhuras de trajetos elétricos se aprofundam, até que uma atenção mínima faz tocar, automaticamente, esse mesmo ato, cada vez mais.

Esses padrões fazem com que você se comporte de certo modo, freqüentemente contra seu próprio desejo. Sua vida segue ranhuras que você mesmo criou em seu cérebro. Nesse sentido, você não é uma pessoa livre. Em maior ou menor grau, é vítima dos hábitos que formou. Dependendo da profundidade desses traçados, você é, na mesma proporção, um fantoche. Você pode, porém, neutralizar as imposições desses maus hábitos. Como? Criando em seu cérebro configurações mentais de bons hábitos opostos. E pode também apagar completamente, por meio da meditação, as ranhuras dos maus hábitos.

Você tem de curar-se dos maus hábitos, cauterizando-os com os bons hábitos opostos. Se tem, por exemplo, o mau hábito de mentir e, por causa disso, tem perdido muitos amigos, comece a praticar o bom hábito de dizer a verdade. Mesmo um mau hábito leva tempo para predominar; logo, por que se impacientar com o desenvolvimento vagoroso de bom hábito oposto?

Não se desespere com os seus hábitos indesejáveis; simplesmente deixe de alimentá-los e fortalecê-los por meio da repetição. O tempo necessário à formação de hábitos varia de acordo com o cérebro e o sistema nervoso do indivíduo, sendo determinado, principalmente, pela qualidade da atenção.

Suponha, ainda, que o seu problema é tomar-se pela ira freqüentemente e, depois, sentir-se culpado por ter perdido a calma. Todas as noites e manhãs, decida evitar a ira, vigiando-se cuidadosamente. O primeiro dia poderá ser difícil, mas o segundo poderá ser um pouco mais fácil. O terceiro será ainda mais fácil. Depois de alguns dias, você verá que a vitória é possível. Ao fim de um ano, se mantiver o seu esforço, você será outra pessoa.

Por meio da concentração e da força de vontade, você pode apagar até mesmo as ranhuras profundas dos hábitos antigos. Se é viciado em fumar, por exemplo, diga a você mesmo: “Por muito tempo o hábito de fumar tem estado alojado em meu cérebro. Agora eu ponho toda a minha atenção e concentração no meu cérebro e quero que esse hábito seja desalojado” . Comande assim a sua mente, repetidas vezes. A melhor hora do dia para se fazer isso é pela manhã, quando a força de vontade e a atenção estão descansadas. Afirme repetidamente sua liberdade, usando todo o vigor da sua força de vontade. Um dia, de repente, você sentirá que já não está preso na armadilha desse hábito.

Quando quiser criar um bom hábito ou destruir um mau hábito, concentre-se nas células cerebrais, o depósito dos mecanismos dos hábitos.

Para criar um bom hábito, medite, e, então, com a concentração fixada no centro crístico, o centro da vontade entre as sobrancelhas, afirme com profundidade o bom hábito que você quer implantar. Quando você quiser destruir um mau hábito, concentre-se no centro crístico e afirme, com profundidade, que todas as ranhuras dos maus hábitos estão sendo apagadas.


Paramahamsa yogananda


Extraido Autobiografia de um Iogue - Yogananda

"Durante meses, depois da primeira vez, entrei em estado de união extática, compreendendo diariamente por que os Upanisháds dizem que Deus é rasa, “a suprema delícia”. Certa manhã, porém, apresentei um problema ao Mestre.

– Quero saber, senhor, quando encontrarei Deus?

– Você já o encontrou.

– Oh, não, senhor, penso que não!

Meu guru sorria. – Estou certo de que você não está esperando um personagem

venerável, adornando um tronco em algum cantinho anti-séptico do cosmo! Percebo, entretanto, que você imagina ser a posse de poderes miraculosos a prova de que alguém encontrou Deus. Não! Pode–se adquirir o poder de controlar o universo inteiro e, não obstante, descobrir que Deus se esquiva. O avanço espiritual não se mede pela exibição de poderes externos, mas apenas pelo profundeza da beatitude alcançada em meditação. Deus é sempre renovada alegria. Ele é inesgotável; à medida que você prosseguir em suas meditações, durante anos, Ele o fascinará com infinita capacidade inventiva. Devotos como você, que encontraram a senda para Deus, nunca sonham trocá–lo por nenhuma outra felicidade; Ele é o sedutor para Quem é impossível conceber rival. Com que rapidez nos enfastiamos dos prazeres terrenos! O desejo por coisas materiais é infindo; o homem nunca está completamente satisfeito e persegue um objetivo após outro. Aquele “algo mais” que ele procura é Deus, o único que pode conceder alegria imperecível. Anseios exteriores nos expulsam do Éden interior; oferecem prazeres falsos que apenas arremedam a ventura da alma. Reconquista–se o paraíso perdido, rapidamente, através da meditação divina. Sendo Deus a “Eterna Novidade Imprevista”, nunca nos fatigamos Dele. Podemos nos enfastiar da beatitude, se ela é deliciosamente renovada durante toda a eternidade?

– Compreendo agora, senhor, por que os santos chamam de insondável a Deus. Até mesmo a vida eterna não é suficiente para apreciá–lo.

– É verdade; mas Ele também nos é próximo, e querido. Depois que a mente foi purificada de obstáculos sensoriais por Kriys Yoga, a meditação fornece um duplo comprovante de Deus. A sempre–renovada alegria é prova de Sua existência, convincente para os próprios átomos de nosso corpo. Além disso, ao meditar, encontramos Sua orientação instantânea. Sua resposta adequada a cada dificuldade.

– Compreendo, gurují; o senhor resolveu meu problema. – Sorri, agradecido. – Agora tenho consciência de que já encontrei Deus, pois sempre que o júbilo da meditação retorna subconscientemente durante minhas horas de atividade, sou levado com sutileza a adotar o procedimento correto em tudo, até nos menores detalhes.

– A vida humana estará sobrecarregada de tristeza até aprendermos a sintonizar com

a Vontade Divina, cujo “Procedimento correto” resulta freqüentemente desnorteante para a

inteligência egoísta – disse o Mestre. – Somente Deus dá conselho sem erro; quem, senão Ele,

carrega o peso do cosmo? "

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Os ensinamentos de Jesus por Paramahansa Prajnanananda Giri-
Kriya Yoga





Deus é Bom
A moralidade e a espiritualidade são dois lados da mesma moeda. Sem uma vida de moralidade, não é possivel progredir no caminho espiritual. Você sabe qual é a distância entre Deus e o bem? Você já se perguntou qual é a diferença entre Deus e o bem?
Um dia, um jovem aproximou-se de Jesus e perguntou: “Bom professor! O que devo fazer para conseguir a vida eterna?” “Por que você diz que eu sou bom?” Jesus respondeu, “somente Deus é bom.” (Bíblia, Marcos 10:17-18; Lucas 18:18-19)Jesus foi um verdadeiro mestre spiritual, cheio de amor e humildade. Na citação acima, ele demonstrou duas coisas:
1. Apenas Deus é bom. Apenas Deus é perfeito. Deus é a manifestação da bondade absoluta e do amor.
2. Para obter a vida eterna – que é realizar a alma eterna como espírito interior é preciso ser bom em todos os aspectos da vida.
No Bhagavad Gita, capítulo 10, também chamado “A Yoga da Manifestação Divina”, o Senhor diz, “Qualquer coisa boa percebida neste mundo não é nada além da manifestação da divindade.” Em cada ser humano, existe agregação das qualidades divinas e demoníacas – daiva-asura sampad – como explicado no Bhagavad Gita.
Pessoas com algumas qualidades, que meditam um pouco, possuem alguns poderes não materiais, ou possuem alguns bens materiais, e ficam cheios de orgulho por suas conquistas. Isso não é nada além da manifestação do Ego. O ego é uma grande barreira. A verdadeira humildade é alcançada quando a pessoa é rica de qualidades divinas.
Qualquer um que quiser seguir o caminho da espiritualidade deve sempre ser cuidadoso e cauteloso para livrar-se dos atos indevidos e maldosos da sua própria vida. Ao invés de procurar os próprios defeitos, a mente humana está sempre ansiosa por encontrar os defeitos e erros dos outros. A mente medíocre encontra defeitos em tudo.
A mente elevada tenta crescer em amor divino, libertando-se das coisas negativas.
Aquele que busca encontrar defeitos nos outros, estará com a mente sempre cheia de negatividades. Aquele que, ao invés de buscar os erros dos outros, fizer um esforço para manter uma visão otimista e positiva, encontrará muitas qualidades divinas na vida dos outros, alcançando alegria, felicidade e paz.
A pessoa é aquilo que pensa, fala, observa e a maneira como se comporta. Então todos devem observar cuidadosamente os seus pensamentos, palavras e ações. Nenhuma mente humana é absolutamente boa. Nenhuma mente humana é absolutamente má. Mas todos devem buscar modificar em si mesmos a sua aparência interior e a não sua aparência exterior.
Através da meditação e de uma vida espiritual consciente de Deus, é possível observar o bem em tudo. Esta é a forma de ver Deus em tudo. Ver o bem em tudo é ver Deus em tudo.
Deus é Espírito
Certa vez um monge foi até uma vila para falar sobre Deus e sobre a vida espiritual. Um dos aldeões disse a ele: “Swamiji, a maioria das pessoas desta vila é realmente espiritual.” O monge ficou feliz ao ouvir isso, mas, após conversar um pouco mais com o aldeão, descobriu que todos os habitantes da vila eram alcoólatras. O álcool também é chamado de espírito. O aldeão usou a palavra espiritual para significar alcoólico.
Na Bíblia está escrito: “Deus é espírito e devemos adorá-lo em espírito e em verdade” (João 4:24). Espírito em inglês possui muitos significados e conotações, como fantasma, sobrenatural, temperamento, disposição, álcool, alma, e Deus. “Espírito” em latim significa spiritus, ou respiração. “Deus é espírito”, indica que Deus é todo penetrante e presente em todos os seres vivos (plantas, animais e seres humanos) como a alma. A alma também é espírito, significando que cada alma é potencialmente divina e é a imagem de Deus.
A espiritualidade é a fundação da vida humana. Devido à alma, ou ao espírito, todos os seres vivos respiram. A respiração também é espírito. O espírito recebe o espírito. A alma é a causa da respiração e da vida. A respiração, ou espírito, é a fonte da vida, e a alma, ou espírito, é a fonte da vida eterna. A respiração, o ar, a alma e Deus são todos a mesma coisa. Existe uma diferença simples e uma sutil.
As pessoas vão a lugares sagrados, templos, igrejas, mesquitas e sinagogas para orar e adorar. Mas fazem tudo isso externamente. A verdadeira vida espiritual é a transformação interior e a mudança da sua própria visão. Tal visão é obtida após a auto-análise, o auto-estudo e o cultivo da alma.
No ensinamento de Jesus acima, foi mencionado o segredo da prática espiritual e da consciência divina na vida. Primeiro, cada pessoa deve perceber que é a alma, ou espírito, e não um saco de carne e ossos. A alma é eterna, imortal e sempre pura. A carne e os ossos não podem herdar a vida eterna.
A alma é espírito e Deus é espírito. Deus e a alma são a mesma coisa. “Eu e meu Pai somos um”, disse Jesus. Nos Upanishads está escrito: “avam atma brahma” (Mandukva Upanishad 2 e Brihadaranyaka Upanishad 2:5:19 e 4:4:5), significando que a alma é Brahma (o absoluto) e a divindade sem forma. Perceba a união eterna da alma e de Deus como ondas no oceano.
A respiração também é espírito. A alma é a causa da respiração. “Seus adoradores devem adorar em espírito.” Em cada respiração (ou seja, em espírito) devemos adorar a Deus (espírito). A respiração é a oblação do fogo eterno. O fogo purifica. Cada oferenda da respiração ao fogo sagrado no crânio purificará a vida interior. A consciência espiritual é desenvolvida com um modo de vida consciente da respiração. A respiração de cada ser humano é a respiração de Deus. (Gênesis 2:7.)
Quando observamos a respiração a cada respiração sentimos o amor Divino, a respiração é muito lenta, suave e fraca. Respirar leva automaticamente à calma e ao amor.
A respiração é a origem da vida. Quando a respiração pára, o ser vivo está morto. Por que o orgulho das pessoas em suas aquisições em dinheiro, sexo, força física, inteligência e mesmo em religiosidade, quando a sua respiração está decaindo constantemente? A respiração pode parar a qualquer momento.
Não perca o seu tempo precioso desnecessariamente indo daqui para ali. Em cada trabalho, esteja vigilante da sua respiração e ame a sua respiração – é a respiração de Deus. A respiração é o caminho para a consciência da vida e da auto-realização. Através do controle da respiração, podemos regular os nossos instintos inferiores e alcançar o estado de divindade.
Deus é Verdade
Jesus disse: “Você deve conhecer a verdade e a verdade o libertará.” (João 8:32). O que é a verdade? Como conhecemos a verdade?
Nos Upanishads, assim como nas maiores escrituras, existe uma elaboração sobre o que constitui a verdade. A vida espiritual é baseada na verdade, não naquilo que é falso. Falsidade é hipocrisia. Jesus sempre nos alertou sobre os hipócritas, especialmente nos assuntos espirituais.
Acharya Shankara, um grande mestre espiritual na Índia, disse; “brahma satya” (Deus é verdade), e “jivo brahmaiva na aparah” (cada indivíduo é Brahma). Todos devem conhecer a verdade, ou Deus. A verdade que deve ser conhecida é que Deus está em todos os lugares e que Deus é a respiração em tudo.
A verdade possui dois aspectos, um relativo e outro absoluto. A verdade relativa é usada na vida prática, como na “verdade científica”, ou quando “falamos a verdade.” A única verdade absoluta é Deus.
Para conhecer a verdade absoluta, ou Deus, é preciso seguir a verdade relativa. Falar a verdade, comportar-se verdadeiramente, é a base da vida espiritual. A moralidade é a base, a subscrição, e a espiritualidade é a sobrescrição.
O Mundaka Upanishad 3:1:6 define: “satyam eva jayate nanrtam” (apenas a verdade triunfa, não a inverdade). E o Taittiriya Upanishad motiva: “satyam vada” (diga a verdade).
A verdade é eterna. A verdade é a realidade final. Em cada nome e forma, por favor tente ver a verdade oculta. Tudo que é transitório também possui aquilo que é absoluto.
Uma vida baseada na verdade leva a uma vida mais elevada, uma vida consciente de Deus. A vida verdadeira é a origem da liberdade. A mentira, a hipocrisia e os padrões ambíguos levam ao medo e à agonia. A verdade não é monopólio de ninguém. A verdade é propriedade de todos. A verdade é livre. A verdade liberta a todos do medo e da escravidão.
Leve uma vida baseada na verdade. Tente manter-se longe da mentira e da falsidade. Amor é verdade. Amor é Deus. Através disso, a verdade da vida será revelada a você e você aproveitará e êxtase divino e a liberdade.


Paramahansa prajnanananda