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sexta-feira, 8 de maio de 2009

A CIÊNCIA SAGRADA
por Jnanavatar Swami Yukteswar Giri



Prefácio

Profetas de todas as terras e idades vêm se sucedendo na sua procura por Deus. Em estado de verdadeira iluminação, nirbikalpa samadhi, esses santos tem realizado a Suprema Realidade por meio de diferentes nomes e formas. Sua sabedoria e conselho espiritual tornaram-se as escrituras do mundo que, embora diferindo exteriormente em razão da variedade do manto das palavras, são todas expressões - algumas abertas e claras outras ocultas e simbólicas – da mesma verdade básica do Espírito.
Meu gurudeva, Jnanavatar Swami Sri Yukteswar (1.855-1.936) de Serampore, foi eminentemente encarregado de discernir a unidade entre as escrituras do cristianismo e do Sanatan Dharma. Colocando os textos sagrados no foco principal da sua mente, ele foi hábil em dissecá-los com o bisturi da razão intuitiva, e de separar o erro de interpretações e interpolações de estudiosos sobre verdades originalmente dadas pelos profetas.
É devido a Jnanavatar Swami Sri Yukteswar a infalível visualização espiritual que agora torna-se possível através deste livro, estabelecendo a harmonia fundamental entre o difícil livro bíblico Revelações, e a filosofia Sankhya da Índia.
Como meu gurudeva explicou na sua introdução, essas páginas foram escritas por ele em obediência a um pedido feito por Babaji – o sagrado gurudeva de Lahiri Mahasaya -, quem por sua vez foi o gurudeva de Sri Yukteswar. Tenho escrito sobre suas vidas, de como cristos, - “ três grandes mestres” -, em meu livro Autobiografia de um Yogue (Los Angeles : Self Realization Fellowship).
Os sutras Sânscritos postos adiante no A Ciência Sagrada irão lançar mais luz sobre Bhagavad – Gita, tanto quanto em outras grandes escrituras da Índia .

Paramahansa Yogananda

249 Dwapara (1949 d.c.)
[1]- “Encarnação da Sabedoria “ do sanscritos Jnana , “ sabedoria ,” e avatara, “encarnação divina” (Nota do Editor)
_____________
Introdução

Esse Kaivalya Darsanan (exposição da Verdade Final) foi escrita por Priya Nath Swami[1], filho de Kshetranath e Kadambini da família Karar.
A pedido do grande preceptor Mahavatar Babaji, em Allahabad, perto do fim do centésimo nonagésimo quarto ano do presente Dwapara Yuga, essa exposição foi publicada para benefício do mundo.
O propósito desse livro é mostrar tão claramente quanto possível que há uma unidade essencial em todas as religiões, que não existe diferença nas verdades inculcadas pelas várias fés, que há apenas um método pelo qual o mundo, ambos externo e interno, tem evoluído, e que há somente uma Meta admitida por todas as escrituras. Mas essa verdade básica não é facilmente compreendida. A discordância entre diferentes religiões, e a ignorância do homem, tornam quase impossível levantar o véu e verificar essa grande comprovação. Os credos fomentam um espírito de hostilidade e discordância; ignorância que alarga o golfo que separa uma religião da outra. Somente poucas pessoas dotadas podem levantar–se acima da influência de suas fés professadas e achar a absoluta unanimidade nas verdades propagadas por todas as grandes fés.
O objetivo desse livro e apontar a harmonia existente entre as várias religiões e ajudar a uni-las. Trata-se efetivamente de uma tarefa hercúlea, mas em Allahabad fui confiado a exercê-la por um sagrado comando. Allahabad, o sagrado Prayaga Tirtha, ponto de confluência dos rios Ganges, Jamuna, e Saraswati, era o lugar de congregação para homens do mundo e de devotos espirituais no tempo da Kumbha Mela[2] Homens do mundo não podem transcender o limite mundano em que têm confinado a si - próprios; nem podem os devotos espirituais, tendo uma vez renunciado ao mundo, dignarem-se a descer e misturarem-se a confusão. Ainda assim homens que estejam totalmente absorvidos em assuntos terrenos firmam-se em definitiva necessidade de ajuda e direção daqueles santos seres que trazem luz para raça. Então, deve haver um lugar onde a união entre esses dois tipos: homens do mundo e devotos espirituais,seja possível. Tirtha indica tal lugar de encontro como estando na praia do mundo, protegida de tempestades e solavancos. Os sadhus (ascetas), com uma mensagem para beneficio da humanidade, encontraram na Kumbha Mela um lugar ideal para comunicar informações para aqueles que podem atender a isso.
Fui convidado a propagar uma mensagem de tal natureza quando pagando visita a Kumbha Mela, em Allahabad, em janeiro de 1894. Enquanto andava ao longo da margem do Ganges, fui convocado por um homem e, posteriormente, honrado com uma entrevista com a grande sagrada pessoa; Babaji, o gurudeva de meu próprio guru, Larihi Mahasaya, de Banaras. Esse sagrado personagem na Kumbha Mela era meu próprio paramguruji maharaj[3], embora esse fosse nosso primeiro encontro.
Durante minha conversação com Babaji, falamos sobre a particular classe de homens que freqüentavam esses lugares de peregrinação. Humildemente sugeri que haviam homens, de longe maiores em inteligência que a maioria daqueles presentes, homens vivendo em distantes partes do mundo – Europa e América – professando diferentes credos, e ignorando o real significado de uma Kumbha Mela. Eram homens adequados à manter comunhão com os devotos do espiritual, tanto quanto a inteligência alcança; ainda assim, esses intelectuais em distantes terras eram alinhados, em muitos casos, para enfileirar-se ao materialismo. Alguns, embora famosos por suas investigações no reino da ciência e da filosofia, não reconhecem a essencial unidade em religião. Os credos professados servem a quase insuperável barreira que ameaça separar a humanidade para sempre.
[1] Em 1894 , quando este livro foi escrito , Babaji deu ao autor o titulo de “ Swami “. Ele foi mais tarde formalmente iniciado na Ordem dos Swami pelo Mahanta (chefe de monastério ) de Buddha Gaya, Bihar, e recebeu o nome monástico de Sri Yukteswar. Ele pertencia ao ramo Giri ( “montanha”) da Ordem dos Swami
[2] Encontro ritualístico de 12 em 12 anos de antiqüíssima origem. N.T.
[3] -Paramguruji, literalmente “Guru acima“, sendo o Guru do Guru de alguém. O sufixo ji denota respeito. Maharaj, “grande rei “é um titulo usualmente acrescentado aos nomes de excepcionais personagens espirituais.”

Sri Yukteswar e Sri Yogananda.
Calcutá, 1935

O Ultimo Festival de Solstício celebrado por
Swami Sri Yukteswar, dezembro 1935.
Paramahansa Yogananda está sentado próximo
ao seu grande guru (centro) a mesa no pátio do
ashram em Serampore, Bengala. Aqui ele recebeu
muito dos seus dez anos de treinamento espiritual
sob Swami Sri Yukteswar.

Meu paramguruji maharaj Babaji sorriu e, honrando-me com o titulo de Swami, impôs-me a tarefa deste livro. Fui escolhido, não sei porque razão, para remover as barreiras e ajudar estabelecer a verdade básica entre todas as religiões.
O livro é dividido em quatro partes, de acordo com os quatro estágios no desenvolvimento do conhecimento. O mais alto estágio na religião é Atmajnanam, Auto–conhecimento. Porém, para obtê-lo é necessário o conhecimento do mundo externo. Portanto, a primeira seção do livro trata do (veda) evangelho, procurando estabelecer verdades básicas da criação, descrevendo a evolução e involução.
Todas as criaturas, das mais altas para as mais baixas no elo da criação, se encontram ávidas por realizar três coisas: existência, consciência e bem-aventurança. Esses propósitos ou metas são os objetos de discussão na segunda seção do livro. A terceira seção trata do método de realização dos três propósitos da vida. A quarta seção discute as revelações que vêm para aqueles que viajaram longe para a realização dos três ideais da vida e que estão muito próximos de seu destino.
O método que adotei no livro é primeiro anunciar uma proposição em termos Sânscritos de sábios Orientais, e então explicá-la em referência às sagradas escrituras do Oeste. Tentei o meu melhor para mostrar que não há diferença, muito menos conflito real, entre os ensinamentos do Leste e do Oeste. Escrito como foi esse livro, sob a influência de meu paramgurudeva, e na Idade Dwapara - de rápido desenvolvimento em todos os departamentos de conhecimento -, espero que o significado do livro não seja perdido por àqueles a quem esse livro é dirigido.
Uma pequena discussão em cálculos matemáticos das yugas ou idades irá explicar de fato que a atual época para o mundo é Dwapara Yuga, e que 194 anos dessa Yuga tenham já decorridos (em 1894 d.C), trazendo um rápido desenvolvimento ao conhecimento dos homens.
Aprendemos da astronomia Oriental que luas giram em torno de seus planetas, e os planetas revolvendo em seus eixos giram com suas luas em volta do sol, e o sol, com seus planetas e suas luas, toma alguma estrela para seu ponto dual e gira em volta desta em aproximados 24.000 anos da nossa terra. Fenômeno celestial que causa um movimento retrógrado dos pontos equinociais em volta do zodíaco. O sol também tem outro movimento pelo qual ele gira em volta de um grande centro chamado Vishnunabhi, o qual é o centro da força criadora, Brahma, o magnetismo universal. Brahma regula dharma, a virtude mental do mundo interno.
Quando o sol em sua revolução ao redor de seu ponto dual vem ao lugar mais próximo desse grande centro, o assento de Brahma (evento que tem lugar quando o equinócio outonal está no primeiro ponto de Áries) dharma - a virtude mental -, torna-se de tal maneira desenvolvida que o homem pode facilmente compreender tudo, até os mistérios do Espírito. O equinócio outonal estará caindo, no começo do vigésimo século, por entre as estrelas fixas da constelação de Virgem, e na parte inicial ascendente da Dwapara Yuga[1].
Após 12.000 mil anos, quando o sol vai para o lugar em que sua órbita está mais distante de Brahma, o grande centro (evento que tem lugar quando o equinócio de outono está no primeiro ponto de Libra), dharma, a virtude mental, vem a tal estado reduzido que o homem não pode agarrar-se a nada além da grosseira criação material.
De novo, e da mesma maneira, quando o sol em seu curso de revoluções começa a avançar através do lugar mais próximo do grande centro, dharma, a virtude mental, começa a desenvolver-se; esse progresso é gradualmente completado em outros 12.000 anos.
Cada um desses períodos de 12.000 anos traz uma mudança completa, ambas externamente no mundo material, e internamente no mundo intelectual (ou elétrico), e é chamado um dos Daiva Yugas ou “Idade Par Elétrico”. Portanto, em um período de 24.000 anos, o sol completa a revolução em volta de seu duo e termina um ciclo elétrico consistindo de 12.000 anos no arco ascendente, e 12.000 anos no arco descendente.


Virgem é o signo oposto a Peixes. O Equinócio de Outono está caindo em Virgem; o ponto oposto, o
O desenvolvimento de dharma, a virtude mental, é mais gradual sendo dividido em quatro estágios diferentes em um período de 12.000 anos. O tempo de 1.200 anos durante o qual o sol passa através de 1/20 parte de sua órbita (veja o diagrama) é chamada Kali Yuga. Dharma, a virtude mental, está então em seu primeiro estágio e apenas ¼ desenvolvida. Assim, o intelecto humano não pode compreender nada além do grosseiro material desta sempre mutável criação, o mundo externo.
O período de 2.400 anos durante o qual o sol passa através de 2/20 partes de sua órbita é chamado Dwapara Yuga. Dharma, a virtude mental, está então em seu segundo estágio de desenvolvimento e mais da metade completa. Desse modo, o intelecto humano pode então compreender as substâncias sutis ou eletricidade, e seus atributos, os princípios criativos do mundo externo.
O período de 3.600 anos durante o qual o sol passa através de 3/20 partes de sua órbita é chamado Tetra Yuga. Dharma, a virtude mental, está então em seu terceiro estágio, e o intelecto humano torna-se hábil a compreender o magnetismo divino, a fonte de todas as forças elétricas na qual a criação depende para sua existência.
O período de 4.800 anos durante o qual o sol passa através das restantes 4/20 porções de sua órbita é chamada de Satya Yuga. Dharma, a virtude mental, está então em seu quarto estágio e completou seu total desenvolvimento; o intelecto humano pode compreender tudo, até Deus, o Espírito por trás desse mundo visível. Manu, um grande Rishi (sábio iluminado) da Satya Yuga (Idade de Ouro), descreveu essas Yugas mais claramente na seguinte passagem de seu Samhita:
[Quatro milhares de anos, eles dizem, é a Krita Yuga (Satya Yuga ou idade de ouro do mundo). Seu crepúsculo da manhã tem tanto quantas várias centenas, e seu período de crepúsculo da noite é um de mesma medida (i.e. , 400 + 4.000 + 400 = 4.800). E nas outras três eras, com suas manhãs e tardes crepusculares, os milhares e as centenas decrescem de um (i.e. 300 + 3.000 + 300 = 3.600 ; etc.). Esse quádruplo ciclo compreendendo 12.000 é chamado a Idade dos Deuses. A soma de um milhar das idades divinas constituem um dia de Brahma; e do mesmo período é sua noite.]

O período da Satya Yuga é 4.000 anos em duração; 400 anos antes e depois da própria Satya Yuga são seus sandhis ou períodos de mutação com a precedente e as sucessivas Yugas, respectivamente; portanto, 4.800 anos ao todo é a própria idade da Satya Yuga. No cálculo do período de outras Yugas e yugasandhis é dado que o número hum deveria ser reduzido dos números de ambos os milhares e centenas, os quais indicam os períodos das prévias Yugas e sandhis. Por essa regra, parece que 3000 anos é o comprimento da Tetra Yuga, e 300 anos antes e depois são seus sandhis - os períodos de mutação -, os quais perfazem um total de 3.600 anos.
Então, 2.000 anos é a era do Dwapara Yuga, com 200 anos antes e depois como seus sandhis; um total de 2.400 anos . Finalmente, 1.000 anos é a medida da Kali Yuga, o qual 100 anos antes e depois como seus sandhis; um total de 1.200 anos. Assim, 12.000 anos é a soma total de todos os períodos dessas quatro Yugas; é a medida de um dos Daiva Yugas ou Par Elétrico, dois dos quais, sendo 24.000 anos, perfazem o ciclo elétrico completo.
Desde 11.501 A.C., quando o equinócio outonal estava no primeiro ponto de Áries, o sol começou a afastar-se, movendo-se do ponto de sua órbita mais próxima do grande centro em direção ao ponto mais afastado dele, e conseqüentemente, a força intelectual do homem começou a diminuir. Durante os 4.800 anos em que o sol levou para passar através de um Par Satya, ou 4/20 partes de sua órbita, o intelecto do homem perdeu de todo o poder de compreender o conhecimento espiritual.
Durante os 3.600 anos seguintes, os quais o sol levou para passar (ATRAVESSAR?) através da descendente Tetra Yuga, o intelecto gradualmente perdeu todo poder de compreender o conhecimento do magnetismo divino. Durante os 2.400 anos a seguir, enquanto o sol passou através da Descendente Dwapara Yuga, o intelecto humano perdeu seu poder de compreender o conhecimento da eletricidade e seus atributos.
Em 1.200 anos mais o sol passou através da descendente Kali Yuga e alcançou o ponto em sua órbita o mais longe do grande centro; o equinócio de outono estava no primeiro ponto de Libra. O poder intelectual do homem estava tão diminuído que não poderia mais compreender nada por trás da grosseira criação material.
Assim, o período ao redor (EM TORNO?) de 500 d.c. foi a mais obscura parte da Kali Yuga e do ciclo completo de 2.400 anos. A história corrobora, na verdade, à exatidão dos Rishis Indianos, quando recorda a generalizada ignorância e sofrimento em todas as nações naquele período.
De 499 d.c. em diante o sol principiou o avanço através do grande centro, e o intelecto do homem começou gradualmente a se desenvolver. Durante os 1.100 anos da ascendente Kali Yuga, o que nos trás a 1.599, o intelecto humano era tão denso que não poderia entender a eletricidade, Sukshmabhuta, a delicada substância da criação. No mundo político também, de um modo geral, não havia paz em nenhum reino.
Subseqüentemente a esse período, quando o centésimo ano transacional Sandhi da Kali Yuga chegou, para efetuar a seguinte Dwapara Yuga, homens começaram a notar a existência de substâncias sutis, panchanmatra ou os atributos das eletricidade, e na política a paz começou a ser estabelecida.
Por volta de 1.600 d.c., William Gilbert revelou as forças magnéticas e observou a presença de eletricidade em toda substância material. Em 1.609 Kepler descobriu importantes leis da astronomia, e Galileu produziu o telescópio. Em 1.621 Drebbel da Holanda inventou o microscópio. Por volta de 1.670 Newton descobriu a lei da gravidade. Em 1.700 Thomas Savery fez uso do engenho a vapor para subir água. Vinte anos depois Stephen Gray descobriu a ação da eletricidade no corpo humano.
No mundo político, as pessoas começaram a ter respeito por elas mesmas, e a civilização avançou de muitas maneiras. A Inglaterra uniu-se a Escócia e tornou-se um poderoso reino. Napoleão Bonaparte introduziu seu novo código legal no sul da Europa. A América conquistou sua independência e várias partes da Europa estavam em paz.
Com o avanço da ciência, o mundo começou a ser coberto com estradas de ferro e cabos telegráficos. Pela ajuda de engenhos a vapor, máquinas elétricas, e vários outros instrumentos, materiais sutis foram trazidos para uso prático, embora sua natureza não fosse claramente entendida. Em 1.899, na conclusão do período de 200 anos da Dwapara Sandhi, o tempo de mutação, a verdadeira Dwapara Yuga de 2.000 anos iria começar, dando a humanidade em geral um minucioso entendimento das eletricidades e seus atributos.
Tal é a grande influência do Tempo que governa o universo, que nenhum homem pode subjugar essa influência, exceto ele que, abençoado com o puro amor - o presente celestial da natureza-, tendo sido batizado no sagrado rio Pranava (a sagrada vibração Aum.), compreende o Reino de Deus.
A posição do mundo na era Dwapara Sandhi no presente (1.894 d.c) não é corretamente apresentada nos almanaques Hindus. Os astrônomos e astrólogos que calcularam os almanaques foram guiados por anotações erradas de certos eruditos em sânscritos (tal como Kulluca Bhatta) da escura era de Kali Yuga. E agora mantém que a medida da Kali Yuga é de 432.000 anos, dos quais 4.994 anos já passaram, deixando 427.000 anos ainda faltando. Um obscuro prospecto, afortunadamente um não verdadeiro.
O erro foi introduzido entre os almanaques pela primeira vez em torno de 700 a.c, durante o reino de Raja Parikshit, tão somente depois da conclusão da última descendente Dwapara Yuga. Naquele tempo, Maharaja Yudhisthira notando o aparecimento da obscura Kali Yuga, fez passar seu trono para seu neto, o citado Raja Parikshit. Maharaja Yudhisthira, junto com todos os sábios homens de sua corte, retiraram-se para as montanhas do Himalaia, o paraíso do mundo. Assim, não havia ninguém na corte de Raja Parikshit que pudesse entender o princípio correto do cálculo das eras das muitas Yugas.
Portanto, após a conclusão dos 2.400 anos da então corrente Dwapara Yuga, ninguém se atreveu a fazer a introdução da obscura Kali Yuga, mas se começa a calcular a partir do seu primeiro ano e por um fim ao número dos anos Dwapara.
De acordo com esse método errado de calcular, o primeiro ano da Kali Yuga foi numerado 2.401 ao longo com a idade da Dwapara Yuga. Em 499 d.c, quando 1.200 anos, a medida da verdadeira Kali Yuga estava completa, e o sol tinha alcançado o ponto mais afastado do grande centro (quando o equinócio de outono estava no primeiro ponto de Libra no céu), a idade de Kali em seu mais obscuro período foi então numerada de 3.600 ao invés de 1.200.
Com o início da ascendente Kali Yuga, depois de 499 d.c, o sol começou a avançar em sua órbita mais próxima do grande centro, e o poder intelectual do homem principiou a desenvolver-se. Por isso o engano nos almanaques foi apontado pelos homens sábios daquele tempo, que observaram que os cálculos dos antigos rishis tinham fixado o período de uma Kali Yuga em somente 1.200 anos.
Mas como o intelecto desses homens sábios não estava ainda capacitadamente desenvolvido, eles poderiam cometer somente o erro em si e não a razão para o erro. Por meio de reconciliação, eles imaginaram que 1.200 anos, a real idade de Kali, não eram os ordinários anos de nossa terra, mas eram tantos anos Daiva (anos dos deuses) consistindo de 12 Daiva meses com 30 Daiva dias cada, com cada dia Daiva sendo igual a um ano solar ordinário de nossa terra. E chegando conclusão certa, contudo, nós devemos levar em consideração a posição do equinócio vernal na primavera do ano de 1894.
A referência astronômica de livros mostra o equinócio vernal agora sendo 20°54’36” distante do primeiro ponto de Áries (estrela fixa Revati), e por cálculo aparecera que 1394 anos passaram desde o tempo quando o equinócio vernal começou a retroceder do primeiro ponto de Áries.
Reduzindo 1.200 anos (a medida da última ascendente Kali Yuga) de 1394 anos, temos 194 anos que indica o presente ano do mundo em sua entrada através da ascendente Dwapara Yuga. O erro de velhos manuais será claramente explicado quando somarmos 3.600 a esse período de 1394 e chegarmos a 4.994 anos, os quais de acordo com a predominante enganosa teoria, compreenderia o presente ano de 1894 d.c. nos almanaques Hindus.

[Consultando o diagrama dado nesse livro, o leitor irá ver que o equinócio de outono é agora (1894) passando por entre as estrelas da constelação de Virgem , e na ascendente Dwapara Yuga]

Neste livro certas verdades, tais como aquelas sobre as propriedades do magnetismo, sua aura, as diferentes espécies de eletricidade, etc, são mencionadas, embora a ciência moderna ainda não as tenha completamente descoberto. Os cinco tipos de eletricidade podem ser facilmente entendidos se alguém dirigir sua atenção para as propriedades dos nervos os quais são puramente elétricas.
Cada um dos cinco nervos sensoriais tem características e funções únicas para perfazer. O nervo ótico carrega luz e não realiza as funções da audição e de outros nervos; o nervo auditivo por seu turno carrega só o som, sem realizar a função de nenhum outro nervo, e assim por diante. Assim, fica claro a existência de cinco espécies de eletricidade de acordo com as cinco propriedades da eletricidade cósmica.
Tanto quanto as propriedades magnéticas dizem respeito, o poder de compreensão do intelecto humano é no presente tão limitada, que seria inútil? tentar fazer o assunto compreensível para o público em geral. O intelecto do homem na Tetra Yuga irá compreender os atributos do magnetismo divino (a próxima Tetra Yuga irá começar em 4.099 d.c). Atualmente, há ainda, de fato, excepcionais personagens, que tendo subjugado a influência do tempo, podem compreender hoje o que pessoas ordinárias não podem. Mas esse livro não foi feito para tais exaltados, que não requisitam nada disso.
Concluindo essa introdução, podemos observar a influência de diferentes planetas sobre a semana, emprestando seus nomes a seus respectivos dias. Similarmente, diferentes constelações de estrelas têm influência, e emprestam seu nome aos meses Hindus. Cada uma das grandes Yugas (idades) tem muita ascendência sobre o período de tempo em que é abrangido; por isso, um determinado ano deveria indicar para qual Yuga ele pertence.
Como as Yugas são calculadas pela posição do equinócio, o método de numerar o ano em referência a sua respectiva Yuga é baseado num princípio cientifico; seu uso irá evitar muitas inconveniências surgidas no passado em virtude de associar as eras com personagens de eminência, ao invés de fenômenos das estrelas fixas.
Sendo assim, propomos nomear e numerar o ano no qual essa introdução foi escrita, em 194 Dwapara, ao invés de 1894 d.c., para demonstrar o tempo exato da Yuga (idade) que agora atravessamos. Esse método de cálculo prevaleceu na Índia até o reino de Raja Vikramaditya, quando a era Samvat foi introduzida. Como o método de cálculo das Yuga baseia-se na razão, nós o seguimos, e recomendamos que isso seja seguido pelo público em geral.
Agora, no seu 194° ano da Dwapara Yuga, a escura idade (Kali) tendo há muito já passado, o mundo está almejando por conhecimento espiritual, e os homens requerem ajuda amorosa uns dos outros. A publicação desse livro, requisitado a mim por meu sagrado Paramguru Maharaj Babaji será, assim espero, de serviço espiritual.


Swami Sri Yukteswar Giri.
Serampore, Bengala Leste
26° Falgun, 194 Dwapara
(1894 D. C.)
_________________
Capitulo 1
O Evangelho
Sutra 1[1]
Parabrahman (Espirito de Deus) é eternamente completo, sem começo ou fim. Isto é um indivisível ser.
O pai eterno, Deus, Swami Parambrahma, é a única Real Substância – Sat -, e é tudo em tudo no universo.
Por que Deus não é compreensível. O homem possui eterna fé e crenças intuitivas na existência de uma substância, no qual os objetos dos sentidos - som, tato, visão, gosto e cheiro, as partes componentes desse mundo visível – são como propriedades. No que o homem identifica-se com seu corpo material composto das acima ditas propriedades, ele é habilitado a compreender. Por esses órgãos imperfeitos essas propriedades tão somente, e não à substância as quais essas propriedades pertencem. O pai eterno, Deus, a única substância no universo, é apesar disso incompreensível pelo homem do mundo material, a não ser que se torne divino pela elevação do seu ser acima dessa criação obscurecida ou Maya.
Veja Hebreus 11:1 e João 8:28
“Agora fé é a substância de coisas que se espera, a evidência de coisas não vistas.”
“Então disse Jesus entre eles; ”Quando vocês tiverem elevado o filho do homem, então deverão saber que eu sou ele.” ( VER MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS E A TRADUÇÃO DA BÍBLIA)

Sutra 2
E nisso (Parambrahma) está a origem de todo o conhecimento e no amor, a raiz de todo poder e alegria.
Prakriti ou natureza de Deus. A onipotente Força, Shakti, ou em outras palavras, a eterna bem-aventurança – Ananda -, a qual produziu o mundo, e o onisciente sentimento – Chit -, o qual faz o mundo consciente, demonstra a natureza Prakriti, de Deus o Pai.
Como Deus é compreendido. No que o homem é a imagem de Deus, dirigindo a sua atenção para o centro, ele pode compreender dentro dele mesmo as ditas Forças e Sentimentos, as exclusivas propriedades de seu ser - a Força Onipotente como sua Consciência sem fim, Chetana, o que aprecia, Bhakta.
Veja Gênesis 1:27
“Então Deus criou o homem sua própria imagem, e na imagem de Deus criou-o ele, macho e fêmea criados dele então”.


Sutra 3
Parambrahma a causa da criação, a natureza potencial (Prakriti) faz emergir. De Aum (Pranava, a Palavra Sagrada, a manifestação da onipotente Força), vem Kala, Tempo; Desa, Espaço; e Anu, o Átomo (a estrutura vibratória da criação).
A palavra, Amém (Aum), é o começar da criação. A manifestação da Onipotente Força (a Repulsão e sua expressão complementar, Onisciente Sentimento ou Amor, a Atração) é vibração, o qual aparece como o peculiar som: a Palavra, Amém, Aum. Em seus diferentes aspectos Aum representa a idéia de mudança a qual é Tempo, Kala, no Eterno–Imutável; e a idéia de divisão, o qual é Espaço, Desa, no Eterno–Indivisível.
As Quatro Idéias: A Palavra, Tempo, Espaço, e o Átomo. O decorrente efeito é a idéia de partículas – os inumeráveis átomos, patra ou anu. Esses quatro – a Palavra, Tempo, Espaço e o Átomo, são portanto, um e o mesmo, e substancialmente, nada mais, mera idéias.
Essas manifestações da Palavra (fazendo-se carne, o material externo) criou esse mundo visível. Então a Palavra, Amém, Aum, sendo a manifestação da Natureza Eterna do Todo - poderoso Pai ou Seu – Próprio – Ser, é inseparável do, e nada mais, que o próprio Deus; como as forças combustivas são inseparáveis de, e nada mais, que o próprio fogo.
Veja Revelações 3:14 e João 1:1,3,14
“...Eis o que diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus...”
“E no princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a palavra era Deus...Todas as coisas foram feitas por ele; e sem ele nada foi feito....E o verbo se fez carne e habitou entre nós...” (NO PRINCÍPIO ERA O VERBO............?

Sutra 4 [(ensinamento, aforismo, regra)4]
A causa da criação é Anu ou os Átomos. Em conjunto eles são chamados Maya ou o poder ilusório do Senhor; cada Anu individual é chamado Avidya, Ignorância.
Átomos o trono do Espirito Criador. Esses átomos, os quais representam interiormente e exteriormente as quatro idéias mencionadas acima, são o trono do espírito, o criador, o qual brilhando sobre eles cria esse universo. Eles são chamados em conjunto Maya , a escuridão, no que mantém a luz espiritual fora de compreensão; e cada um deles separadamente é chamado Avidya, a Ignorância, no que faz o homem ignorante até mesmo do seu próprio ser. Daí as mencionadas quatro idéias darem origem para toda essa confusão, sendo tratadas na Bíblia como as inumeráveis bestas.
O homem, tão longe quanto ele identifica a si próprio com seu grosseiro corpo material, mantém-se em posição muito inferior ao primitivo quádruplo átomo e necessariamente falha em compreender o mesmo. Mas quando ele eleva a si mesmo para aquele nível, ele não somente compreende esse átomo - interna e externamente -, mas também a criação inteira, ambas imanifesta e manifesta (que é, “antes e depois”)
Veja Revelações 4:6
“...E no meio do trono, e envolta perto do trono, haviam quatro bestas cheia de olhos à frente e atrás.”

Sutra 5
O onisciente aspecto amoroso de Parambrahma é Kutasha Chaitanya. O ser individual, sendo essa manifestação, é una com ela.
Kutasha Chaitanya, o Espectro Sagrado, Purushottama. A manifestação da Premabijam Chit (Atração, o Onisciente Amor) é vida, o Onisciente Espírito Sagrado, chamado Espectro Sagrado, Kutasha Chaitanya ou Purushottama, o qual brilha na escuridão, Maya, para atrair toda porção desta divindade. Mas a escuridão – Maya -, ou suas partes individuais *, Avidya a Ignorância, sendo repulsão em si própria, não pode absorver ou compreender a Luz Espiritual, mas refleti-la.
Abhasa Chaitanya ou Purusha, os filhos de Deus. Esse Espectro Sagrado, sendo a manifestação da Onisciente Natureza do Pai Eterno, Deus, não é outra substância que Deus mesmo e, então, esses reflexos dos raios espirituais são chamados Filhos de Deus – Abhasa Chaitanya ou Purusha.
Veja João 1:4,5,11
“E nele estava a vida; e a vida era a luz dos homens.”
“E a luz brilhou na escuridão; e a escuridão não a compreendeu.”
“Ele veio entre os seus, e os seus não o receberam.”
*- Que é, a presença em todo homem.

Sutra 6
O átomo sobre a influência de Chit (conhecimento universal) forma o Chitta ou o calmo estado mental, o qual quando espiritualizado é chamado Buddhi, Inteligência. A seu lado está Manas, Mente, no qual vive o Jiva : o ser com Ahamkara, Ego, a idéia da existência em separado.
Chitta, o coração; Ahamkara, Ego, o filho do homem. Esse Átomo, Avidya, a Ignorância, estando sob a influência do Amor Universal, Chit, o Espírito Sagrado, faz-se espiritualizado, como limalha do ferro dentro de uma aura magnética, é dotada de consciência, o poder do sentimento, quando é chamado Mahat, o Coração, Chitta; e sendo tal, a idéia de existência separada do ser aparece neste chamado Ahamkara, Ego, o filho do homem.
Buddhi, a Inteligência; Manas, a Mente. Sendo assim magnetizada, tem dois pólos, um dos quais o atrai para a Real Substância, Sat, e outro o repele do mesmo. O primeiro é chamado Sattwa ou Buddhi, a Inteligência, o qual determina o que é verdade; e o último, sendo uma partícula de Repulsão, a todo-poderosa Força espiritualizadora como acima dito, produz o mundo ideal para o deleite (Ananda ) e é chamado Anandatwa ou Manas a Mente.


Sutra 7,10

Chitta, o átomo espiritualizado, no qual Ahamkara (a idéia de existência separada do ser) aparece, tem cinco manifestações (auras elétricas). Elas (as cinco auras elétricas) constituem o corpo causal de Purusha.
As cinco eletricidades, Pancha Tattwa, dos seus três atributos, Gunas Sattwa (positivo) Rajas (neutralizador) e Tamas (negativo)- produzem Jnanendriyas (órgãos dos sentidos), Karmendriyas (órgãos de ação), e Tanmatras (objetos dos sentidos). Esses quinze atributos, mais a Mente e Inteligência, constituem os dezessete sutis membros do corpo sutil, o Lingasharira.
Pancha Tattwa, a Causa-Raiz da criação, é o corpo causal. O Átomo Espiritualizado; Chitta (o Coração), sendo a repulsão manifestada, produz cinco variedades de auras elétricas das suas cinco diferentes partes: uma do meio, duas das duas extremidades, e as outras duas dos espaços intermediários entre o meio e cada uma das extremidades. Essas cinco espécies de eletricidade sendo atraídas sob a influência do amor universal (o Espectro Sagrado ) para a Real Substância, Sat, produz um campo magnético chamado corpo de Sattwa. Buddhi, a Inteligência. Essas cinco eletricidades sendo a causa de todas as outras criações são chamadas Pancha Tattwa, as cinco Causa-Raiz, e são consideradas o corpo causal de Purusha, o Filho de Deus.
Três Gunas ou atributos elétricos. As Eletricidades envoltas pelo Chitta polarizado estão também em estado polarizado e são dotadas com seus três atributos ou Gunas: Sattwa o positivo, Tamas o negativo, e Rajas o neutralizante.
Jnanendriyas, os cinco órgãos dos sentidos. Os atributos positivos das cinco eletricidades são Jnanendriyas, os órgãos dos sentidos – cheiro, gosto, visão, tato e audição – e sendo atraídas sob a influência de Manas, Mente, o oposto do Átomo espiritualizado, constituem um corpo do mesmo.
Karmendriyas, os cinco órgãos da ação. Os atributos neutralizantes das cinco eletricidades são Karmendriyas, os órgãos da ação - excreção, geração, movimento (pés), habilidades manuais (mãos) e fala. Esses órgãos, sendo a manifestação da energia neutralizantes do Átomo espiritualizado, Chitta (o Coração), constituem um corpo energético, chamado o corpo de energia, a força de vida ou Prana.
Vishaya ou Tanmatras, os cinco objetos dos sentidos. Os atributos negativos das cinco eletricidades geram os cinco Tanmatras ou os objetos dos sentidos do olfato, paladar, visão, tato e audição, os quais estando unidos com os órgãos dos sentidos - através da força neutralizante dos órgãos da ação -, satisfazem os desejos do coração.
Linga Sharira, o sutil corpo material. Esses quinze atributos com dois pólos – Mente e Inteligência – do átomo espiritualizado constituem o Lingasharira ou Sukshmasharira ou Sukshmasharira, o sutil corpo material de Purusha, o Filho de Deus.

Sutra 11-12

Os acima mencionados cinco objetos, atributos negativos das cinco eletricidades, quando combinados produzem a idéia de matéria grosseira em suas cinco formas: Kshiti, sólidos; Ap, líquidos; Tejas, fogo; Marut, substâncias gasosas e Akasa, éter.
Essas cinco formas de matéria grosseira e os acima citados quinze atributos, juntos com Manas, Mente, sentido de consciência; Buddhi, inteligência discriminativa; Chitta, o Coração ou poder do sentimento; e Ahamkara, o Ego, constituem os vinte quatro princípios básicos da criação.
Corpo grosseiro material. Os acima citados cinco objetos, atributos negativos das cinco eletricidades, quando combinadas produzem a idéia de maneira grosseira que aparecem para nós em cinco diferentes variedades: Kshiti, o sólido; Ap, o líquido; Tejas, o ígneo; Marut, o gasoso; e Vyoma ou Akasa, o etéreo. Esses constituem o revestimento exterior chamado Sthulasharira, o grosseiro corpo material de Purusha, o Filho de Deus.
Vinte quatro Anciões. Esses cinco de modo geral e os supramencionados quinze atributos juntos com Manas, a Mente; Buddhi, a Inteligência; Chitta, o coração e Ahamkara, o Ego, constituem os vinte quatro princípios ou Anciões, como mencionados na Bíblia.

Veja Revelações 4:4
“E em volta e sobre o trono haviam quatro e vinte assentos; e acima dos assentos Eu vi quatro e vinte Anciões”
Os acima citados vinte quatro princípios, os quais completam a criação da Escuridão, Maya, são nada mais que o desenvolvimento da Ignorância, Avidya; e no que a Ignorância é composta somente como mencionada acima, a criação tem em realidade uma insubstâncial existência, é mais um jogo de idéias na Eterna Substância, Deus o Pai.

Sutra 13
O universo é diferenciado em quatorze esferas, sete Swargas e sete Patalas.
Sete esferas ou Swargas. Esse universo assim descrito, começando da Eterna Substância, Deus, baixando até o grosseiro material da criação, tem sido distinguido entre sete diferentes esferas, Swargas ou Lokas.
7ª Esfera, Satyaloka. O primeiro destes é Satyaloka, a esfera de Deus - a única Real Substância, Sat, no Universo. Nome não pode descrevê-lo, nem pode alguma coisa na criação da Escuridão ou Luz designá-lo. Essa esfera é além disso chamada Anama, o Inominável.
6ªEsfera, Tapaloka. O próximo em ordem é Tapaloka, a esfera do Espectro Sagrado o qual é a eterna Paciência, no que se mantém para sempre imperturbável por alguma idéia limitadora. Porque não é alcançável até mesmo pelos Filhos de Deus como tais, ele é chamado Agama, o Inacessível.
5ªEsfera, Jnanaloka. O próximo é Jnanaloka, a esfera da reflexão espiritual, os Filhos de Deus, onde a idéia de existência separada de Ser origina-se. No que essa esfera esta acima da compreensão de qualquer um na criação da Escuridão, Maya, esse é chamado Alakshya, o Incompreensível.
4ªEsfera, Maharloka. Então vem Maharloka, a esfera do Átomo, o começo da criação da Escuridão, Maya, sobre o qual o mundo reflete. Essa, a ligação conectante, é o único caminho entre o espiritual e a criação material e é chamada a Porta, Dasamadwara.
3ªEsfera, Swarloka. Em volta desse Átomo está Swarloka, a esfera de aura magnética, as eletricidades. Essa esfera, caracterizada pela ausência de toda a criação (até mesmo os órgãos e seus objetos, as sutis coisas materiais), é chamado Mahashunya, o Grande Vácuo.
2ªEsfera, Bhuvarloka. O próximo é Bhuvarloka, a esfera dos atributos elétricos. As substâncias grosseiras da criação estão totalmente ausentes dessa esfera, e é notado pela presença somente das substâncias sutis, ele é chamado Shunya, o vácuo ordinário.
1ªEsfera, Bhuloka. A última e mais baixa esfera é Bhuloka, a esfera da grossa criação material, a qual é sempre visível para todos.
Sapta Patalas, sete igrejas. No que Deus criou o homem a sua própria imagem, então é o corpo do homem como a imagem desse universo. O corpo material do homem tem também sete lugares vitais dentro dele chamados Patalas. O homem virando-se para o seu ser e avançando no caminho certo, percebe a luz espiritual nesses lugares, descritas na Bíblia como as tantas Igrejas; as luzes como estrelas percebidas lá como sendo tantos anjos.
Veja Revelações 1:12,13,16,20.
“ E tendo virado, eu vi sete candelabros de ouro, e no meio dos sete candelabros um como sendo o filho do homem...”
“ E ele tinha em sua mão direita sete estrelas...”
“ As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros os quais tu viste são as sete igrejas.”
14 Bhuvanas: os estágios da criação. As acima mencionadas sete esferas ou Swargas e as sete Patalas constituem os quatorze distintos estágios da criação.


Sutra 14

Purusha é coberto por cinco Koshas ou invólucros.
5 Koshas ou Invólucros. Esse Purusha, o Filho de Deus é protegido por cinco coberturas chamadas Koshas ou invólucros.
Coração, a 1ª Kosha. A primeira dessas cinco coberturas é o coração, Chitta, o Átomo, composto das quatro idéias como mencionadas antes, a qual sente e aprecia, e sendo o assento da bem aventurada, ananda, é chamada Anandamaya Kosha.
Buddhi, a 2ª Kosha. A segunda é a aura magnética da eletricidade, manifestações de Buddhi, a Inteligência que determina o que é verdade. Sendo o assento do conhecimento, jnana, ela é chamada Jnanamaya Kosha.
Manas, o 3ª Kosha. A terceira é o corpo de Manas, a Mente, composta dos órgãos dos sentidos como mencionados acima, chamados o Manomaya Kosha.
Prana, o 4ª Kosha. O quarto é o corpo de energia, força vida ou Prana, composto dos orgãos da ação como descritos antes, e chamados Pranamaya Kosha.
Matéria Grosseira o 5ª Kosha. O quinto e último desses invólucros é a matéria grosseira, a camada externa do Átomo, o qual, tornando-se Anna, nutrição, suporta esse mundo visível e é chamada a Annamaya Kosha.
Ação do amor. A ação de Repulsão, a Manifestação da Onipotente Energia, sendo assim completada, a ação de atração (o Onipotente amor no âmago do coração) começa a se manifestar. Sob a influência desse Amor Onisciente, a Atração, os Átomos, sendo atraídos na direção de um ao outro, vem aproximando-se cada vez mais, tomando formas etéreas, gasosas, ígneas, liquidas e sólidas.
Reino inanimado. Assim, esse mundo visível torna-se adornado com sóis, planetas e luas, os quais nos chamamos o reino inanimado da criação.
Reino vegetal. E dessa maneira, quando a ação do Amor Divino torna-se bem desenvolvido, a evolução de Avidya, Ignorância (a partícula da Escuridão, Maya, a Onipotente Energia manifestada), começa a ser retraída. Annamaya Kosha, a camada externa da maneira grosseira sendo assim controlada, Pranamaya Kosha (invólucro composto de Karmendriyas, os órgãos da ação ) começa a operar. Nesse estado orgânico os Átomos, abraçando-se uns aos outros mais próximos a seus corações, aparecem como o reino vegetal na criação.
Reino animal. Quando a Pranamaya Kosha torna-se controlada, a Manomaya Kosha (o invólucro composto de Jnanendriyas, os órgãos dos sentidos) vem à luz. Os Átomos então percebem a natureza do mundo externo e atraindo outros átomos de naturezas diferentes, formam corpos tão necessários para a apreciação, e assim o reino animal aparece na criação.
Humanidade. Quando Manomaya Kosha torna-se controlado, Jnanamaya Kosha (o corpo da Inteligência composto de eletricidade) torna-se perceptível. O Átomo, adquirindo o poder de determinar certo e errado, torna-se homem, o ser racional na criação.
Devata ou Anjo. Quando o homem, cultivando o Espírito Divino ou Onisciente Amor dentro de seu coração, é hábil em controlar esse Jnanamaya Kosha, então o mais profundo invólucro, Chitta, o Coração (composto de quatro idéias) torna-se manifesto. O homem é chamado então Devata ou Anjo na criação.
Livre, Sannyasi. Quando o Coração ou o mais profundo invólucro é também controlado não há mais nada a manter o homem em cativeiro nessa criação de Escuridão, Maya. Ele então torna-se livre, Sannyasi, o Filho de Deus, e entra na criação da Luz.


Sutra 15,16

Exatamente como os objetos encontrados em nossos sonhos, quando acordamos, tornam-se insubstânciais, do mesmo modo, nossas percepções despertas são igualmente irreais, somente uma questão de inferência.
Dormindo e estados despertos - Quando o homem compara suas idéias relativas ao grosseiro material concebido no estado desperto, com suas concepções de idéias em sonho, a similaridade existente entre eles naturalmente leva-os a concluir que esse mundo externo também não é o que parece ser.
Quando ele procura por informação adicional, vê que todas as suas concepções despertas são substancialmente nada mais que meras idéias causadas pela união dos cinco objetos dos sentidos (seus atributos positivos) através do médio dos cinco órgãos da ação (os atributos neutralizantes das eletricidades).
Essa união é efetivada pela operação da Mente (Manas) e concebida ou segura pela Inteligência (Buddhi). Assim, torna-se claro que todas concepções formadas pelo homem em seu estado desperto são meramente inferências.
Parokshajnana - a modo de inferência somente.


Sutra 17

O necessário é o Guru, o Salvador, quem nos irá despertar para Bhakti (devoção) e para as percepções da Verdade.
Quando o homem encontra seu Sat-Guru ou Salvador. Quando o homem entende pela sua Aparokshajnana (verdadeira compreensão) o nada do mundo exterior, ele aprecia a posição de João Batista, personagem divino que testemunha da Luz, abriu testemunho do Cristo, depois que seu coração amoroso, a dádiva celestial da natureza, tornou-se desenvolvido.
Qualquer sincero avançado buscador pode ser afortunado e Ter a companhia Divina de algum de tais personagens, que podem benevolentemente se estender a ele como seu Preceptor Espiritual, Sat-Guru, o Salvador. Seguindo afetivamente os sagrados preceitos desses divinos personagens, o homem torna-se hábil em dirigir todos os seus órgãos dos sentidos para dentro, para o seu centro comum - o sensório, Trikuti ou Sushumnadwara, a porta do mundo interior. Onde ele compreende a Voz, como um som peculiar de batimento, a Palavra, Amém, Aum; e vê o corpo luminoso do Deus - enviado de Radha, simbolizado na Bíblia como o precursor ou João Batista.
Veja Revelação 3:14,20 e João 1:6,8,23.
“estas coisas diz o Amém, a fervorosa e fiel testemunha, o começo da criação de Deus...Eis que, Eu estou a porta, e bato; se algum homem ouvir minha voz e abrir a porta, Eu entrarei para ele e cearei com ele e ele comigo.”
“Houve um homem mandado por Deus, que o nome era João... Ele não era aquela Luz, mas foi mandado para prestar testemunho daquela Luz...”
“Ele disse, “Eu sou a voz de um clamando no Deserto, Façam retos os caminhos do Senhor.”
Ganga, Jamuna, ou Jordan: as sagradas correntes. Desde a peculiar natureza do seu som, saindo como ele faz tal a corrente de uma alta desconhecida região e perdendo-se na grosseira criação material, isso é designado por vários sectos de pessoas pelos nomes que eles consideram sagrados; por exemplo, Ganga pelos Hindus, Jamuna pelos Vaishunavas e Jordão pelos Cristãos.
O 2° nascimento. Através do seu corpo luminoso, o homem acreditando na existência da verdadeira Luz - a Vida deste universo - torna-se batizado ou absorvido na sagrada correnteza do som. O batismo é, assim pode-se dizer, o segundo nascimento do homem, e é chamado Bhakti Yoga, sem o qual o homem não pode nunca compreender o real mundo interno, o reino de Deus.
Veja João1:9 e 3:3
“Aquela foi a verdadeira luz, a qual iluminou todo homem que veio a esse mundo.”
“Em verdade, em verdade Eu vos digo, Exceto que o homem seja nascido outra vez, ele não pode ver o reino de Deus.”
Aparokshajnana, a real compreensão: E neste estado, o filho do homem começa a arrepender-se e, virando as costas para a grosseira criação material, arrasta-se acerca de sua Divindade, a Substância Eterna:Deus. Quando o desenvolvimento da ignorância é parado, o homem gradualmente compreende o verdadeiro caráter dessa criação de Escuridão, Maya, como um mero jogo de idéias da Natureza Suprema de seu próprio Ser, a única Real Substância. Essa verdadeira compreensão é chamada Aparokshajnana.


Sutra 18

Emancipação (Kaivalya) é obtida quando alguém realiza a unidade de ser com o Ser Universal, a Suprema Realidade.
Sannyasi ou Cristo: o ungido Salvador. Quando todos os desenvolvimentos da Ignorância são controlados, o coração, estando limpo e purificado, não mais reflete meramente a Luz Espiritual mas manifesta ativamente o mesmo, e assim, sendo consagrado e ungido, o homem torna-se Sannyasi, livre, ou Cristo o Salvador.
Veja João 1:33.
“Acima daqueles em que vires o Espirito descendo, e permanecendo nele, o mesmo é ele o qual batiza com o Espírito Santo”
Batizado na corrente de luz. Através desse Salvador o homem torna-se de novo batizado ou absorvido na corrente de Luz Espiritual e, elevando-se acima da criação da Escuridão, Maya, entra dentro do mundo espiritual e torna-se unificado com Abhasa Chaitanya ou Purusha, o Filho de Deus, como foi o caso do Senhor Jesus de Nazareth. E nesse estado o Homem é salvo para sempre do cativeiro da Escuridão: Maya.
Veja João 1:12 e 3:5.
“Mas a tantos quanto o receberam, a ele deu ele poder de tornarem-se Filhos de Deus, até aqueles que acreditaram em seu nome.”
“Em verdade, em verdade, Eu vos digo, exceto que o homem seja nascido de água e de Espírito, ele não pode entrar para o Reino de Deus.”
Sacrifício do ser. Quando o homem assim entrando para o mundo espiritual torna-se Filho de Deus, ele compreende a Luz universal - o Espectro Sagrado – como uma perfeita totalidade, e seu Ser como nada mais que mera idéia repousando em um fragmento da Luz de Aum. Então ele sacrifica-se a si próprio para o Espírito Santo, o altar de Deus: que é, abandonando a vã idéia de separação; tornando-se uma totalidade integral.
Kaivalya:a unificação. Assim, tornando-se um com o universal Espírito Sagrado de Deus o Pai, ele torna-se unificado com a Substância Real: Deus. Essa unificação do ser com a Substância Eterna, Deus, é chamada Kaivalya.
Veja Revelação 3:21
“Para quem conquistar arbitriu Eu concederei sentar comigo em seu trono, assim como Eu também venci, e estou sentado com o meu Pai em seu Trono.”


Capitulo 2

A Meta

Sutra 1

Portanto lá está o desejo para emancipação.

Liberação: o objetivo primordial. Quando o homem entende mesmo por meio da inferência a verdadeira natureza desta criação, a verdadeira relação existente entre essa criação e ele mesmo; e quando ele mais adiante compreende que ele é completamente cego pela influência da Escuridão, Maya, e que é somente o cativeiro da Escuridão que o faz esquecer o Ser real e traz todo o seu sofrimento, ele naturalmente deseja ser aliviado de todos esses males. O alivio do mal, ou liberação do cativeiro de Maya, torna-se o objetivo primordial de sua vida.


Sutra 2

Liberação é estabilização do Purusha (jiva, alma) em seu Ser real.

Sutra 3

Então lá está o cessar de todo medo e a obtenção da última intenção (verdadeiro preenchimento, realização de Deus).


Liberação é salvação. Na obtenção dessa liberação, o homem torna-se salvo de todos seus problemas, e todos os desejos do seu coração são preenchidos, desse modo a última meta de sua vida é consumada.


Sutra 4

De outro modo, nascimento após nascimento, o homem experimenta a miséria de desejos não realizados.
Porque o homem sofre. Tanto quanto mais o homem identifica-se com seu corpo material e falha em encontrar repouso em seu verdadeiro Ser, ele sente suas necessidades relacionadas com os desejos do seu coração permanecerem insatisfeitos. Para satisfazê-los ele tem que aparecer repetidamente em carne e sangue no estágio da vida, sujeito a influência da escuridão, Maya, tendo que sofrer todos os problemas da vida e morte, não somente no presente mas no futuro também.




Sutra 5,6


Os problemas são nascidos de Avidya, Ignorância. Ignorância é a percepção do não existente e a não percepção do Existente.


O que é ignorância? Ignorância, Avidya, é conceito errôneo, ou é a errada concepção da existência daquilo que não existe. Através da ignorância o homem acredita que essa criação material é a única coisa substancialmente existente, não havendo nada por traz, esquecendo que essa criação material é substancialmente nada, é um mero jogo de idéias no Espírito Eterno, a única Substância Real, por traz da compreensão da criação material. Essa Ignorância não é só um problema em si mesmo mas também a fonte de todos os problemas do homem.

Sutras 7-12

Avidya, Ignorância, tendo o duplo poder de polaridade como egoísmo, apego, aversão e (cega) tenacidade.
A obscurecera força de Maya produz egoísmo e (cega) tenacidade; o poder de polaridade de Maya produz apego (atração) e aversão (repulsa).
Egoísmo resultado da falha de discriminação entre o corpo físico e o Ser real.
Tenacidade é o resultado de um condicionamento natural (crença na Natureza e em suas leis como finais, ao invés de crer em toda causativa força da Alma).
Apego significa sede pelos objetos de felicidade.
Aversão significa o desejo pela remoção dos objetos da infelicidade.

Ignorância é a fonte de todos os distúrbios. Em ordem, para entendermos como essa ignorância é a fonte de todos os outros problemas, devemos lembrar (como havia explicado no capitulo prévio) que Ignorância, Avidya, nada mais é que uma partícula da escuridão, Maya, tomado distributivamente, e como tal possui as duas propriedades de Maya. Uma é o poder obscurecedor, cuja influência impede o homem de compreender qualquer coisa além da criação material. Esse poder obscurecedor produz Asmita, ou Egoísmo, a identificação do Ser com o corpo Material, o qual é o desenvolvimento do átomo, as partículas da força universal; e Abhinivesa ou tenacidade cega, crença na validade e última palavra da criação material.
Pela virtude da segunda das propriedades de Maya, Ignorância ou Avidya, no seu estado polarizado produz atração por certos objetos e repulsão por outros. Os objetos assim atraídos são os objetos de prazer, para qual a Ligação, Raja, é formada. Os objetos que são repugnados são os objetos que causam dor, para os quais uma Aversão, Dwesha, é criada.



Sutra 13

A raiz da dor são ações egoístas, as quais (sendo baseadas em desilusões) levam a miséria.


Porque o homem é atado. Pela influência destas cinco inquietações –Ignorância, Egoísmo, Vinculações, Aversão, e Tenacidade -, para com a criação material, o homem é induzido a envolver-se em trabalhos egoístas e em conseqüência ele sofre.

Sutras 14, 15

O propósito do homem é a completa liberdade das infelicidades.
Uma vez que ele tenha banido toda dor sem possibilidade de retorno, ele atingiu a mais alta meta.

O propósito último do coração. No homem o cessar de todo sofrimento é Artha, o propósito imediato do coração. A completa extirpação de todos esses sofrimentos de modo que sua recorrência torne-se impossível é a meta Paramartha, a última meta.


Sutras 16, 21


Existência, consciência, e beatitude são os três anelos (do coração humano).
Ananda, beatitude, é o contentamento do coração alcançado pelos caminhos e meios sugeridos pelo Salvador, o Sat-Guru.
Chit, verdadeira consciência, traz como a completa destruição de todos os distúrbios e a elevação das virtudes.
Sat, existência, é alcançada pela realização da permanência da alma.
Essas três qualidades constituem a real natureza do homem.
Todos os desejos sendo satisfeitos, e toda a miséria removida, a realização de Paramartha (a mais alta meta) é realizada.

As reais necessidades. O homem naturalmente sente necessidade por Sat, Existência; Chit, Consciência; e Ananda, Beatitude. Esses três são a real necessidade do coração humano, não tendo nada a ver com alguma coisa fora de si. São propriedades essenciais da sua própria natureza, como explicado no capitulo prévio.
Como o homem alcança Beatitude. Quando torna-se afortunado em assegurar o favor de qualquer personagem Divino, Sat-Guru (o Salvador) e afetuosamente, seguindo seus sagrados preceitos, e hábil em dirigir toda sua atenção para o interior, torna-se capaz de satisfazer todo querer de seu coração e pode assim alcançar contentamento, Ananda, a real Beatitude.
Como a consciência aparece. Com seu coração assim satisfeito, o homem torna-se hábil em fixar sua atenção sobre qualquer coisa que ele escolha e pode compreender todos os seus aspectos. Assim, Chit, Consciência de todas as modificações da natureza até à sua primeira e primordial manifestação, a Palavra (Amém, Aum), e até do seu Ser Real, gradualmente aparece. Sendo absorvido nessa vibração, o homem torna-se batizado e começa a arrepender-se e a retornar para a sua divindade, o Pai Eterno, uma vez que ele tenha caído.
Veja Revelações 2:5
“Lembre-se por isso de onde tu caíste, e arrepende-te”

Como a Existência é Realizada. O homem, sendo cônscio de sua própria real posição e da natureza dessa criação de Escuridão, Maya, torna-se possuidor de poder absoluto sobre o mesmo, e gradualmente retira todo desenvolvimento da ignorância. E dessa maneira, livre do controle desta criação de Escuridão, ele compreende seu próprio Ser como Indestrutível e Sempre-Existente Real Substância. Assim, Sat, a existência do Ser vem à luz.
Como o principal objetivo do coração é alcançado: Todas as necessidades do coração: Sat, Existência; Chit, Consciência; e Ananda, Bem-aventurança, tendo sido alcançadas, a Ignorância, mãe dos males, começa a definhar e conseqüentemente todas as dificuldades deste mundo material - os quais são a fonte de toda sorte de sofrimento-, cessam para sempre. Assim, o propósito último do coração é efetuado.


Sutra 22

Atingido todo o preenchimento da sua natureza, o homem não é só um reflexo da luz divina mas torna-se ativamente unido com o Espírito. Esse é o estado Kaivalya, unidade.

Como o homem acha salvação. Nesse estado, com todas as necessidades preenchidas e o propósito último efetuado, o coração torna-se perfeitamente purificado e, ao invés de meramente refletir a luz espiritual,manifesta ativamente a mesma. O homem, sendo assim consagrado ou ungido pelo Sagrado Espírito, torna-se Cristo, o Salvador ungido. Entrando no reino da Luz Espiritual, ele torna-se filho de Deus.
Neste estado o homem compreende seu Ser como um fragmento do Sagrado Espírito Universal, e, abandonando a vã idéia de existência em separado, unifica-se com o Espírito Eterno que é. Torna-se um e o mesmo com Deus o Pai. Essa unificação do Ser com Deus e Kaivalya, o objetivo último de todos os seres criados.
Veja João 14:11
“Acredite que Eu estou no Pai e o Pai em mim.”








Capitulo 3

O Procedimento


Sutras 1,4


Yajna, sacrifício, significa penitência (Tapas), profundo estudo (Swadhyaya), e a prática de meditação em Aum (Brahmanidhana).

Penitencia é paciência ou serenidade em todas as condições (equanimidade entre as essenciais dualidades de Maya; frio e calor, dor e prazer, etc.).
Swadhyaya consiste em ler ou ouvir verdades espirituais, ponderando sobre isso, e formando uma concepção definitiva sobre isso.
(Meditação sobre) Pranava, o divino som de Aum, é o único caminho para salvação do Brahman (Espírito).
Paciência, fé, e o trabalho sagrado explicado. Tapas é mortificação religiosa ou paciência em ambos deleites e sofrimentos. Swadhyaya é sravana, estudo, com manana, atenção profunda, e de tal modo nididhyasana, formando uma idéia da verdadeira fé sobre Ser; que é o que Eu sou, de onde vim, para onde devo ir, para o que eu vim, e outras questões tais concernentes ao Ser. Brahmanidhana é o batismo ou emersão do Ser na corrente o som sagrado (Pranava, Aum), o qual é o sagrado trabalho executado para alcançar salvação e o único caminho pelo qual o homem pode retornar para sua Divindade, o Pai Eterno, uma vez ele tenha caído.
Veja Revelações 2:19
“Eu conheço as tuas obras e a tua caridade, e o teu serviço e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais que as primeiras”.


Sutras 5, 6


Aum é ouvido através do cultivo de Sraddha (amor natural do coração), Virya (coragem moral), Smriti (lembrança da própria divindade), e Samadhi (verdadeira concentração).
Sraddha é a intensificação do amor natural do coração.
Como o Som Sagrado manifesta-se. Esse som sagrado Pranava Sabda manifestado espontaneamente através do cultivo de Sraddha - a enérgica tendência natural de amor do coração; Virya -coragem moral; Smriti - concepção verdadeira; e Samadhi, verdadeira concentração.
A virtude do amor. O amor natural do coração é o principal requisito para alcançar uma vida santa. Quando esse amor, o celestial presente da Natureza, aparece no coração, remove todas as causas de excitação do sistema e refresca-o para um estado perfeitamente normal e, revigorando as forças vitais, expele todos os distúrbios externos - os germes das enfermidades - por meios naturais (transpiração e assim por adiante). Isso faz do homem perfeitamente saudável em corpo e mente, e habilita-o a entender propriamente a direção da natureza.
Quando esse amor torna-se desenvolvido no homem faz dele hábil para entender a real posição do seu próprio Ser tão bem como o de outros a sua volta.
Com a ajuda desse amor desenvolvido, o homem torna-se afortunado em conquistar a companhia Divina dos personagens divinos e é salvo para sempre. Fora desse amor, o homem não pode viver de maneira natural, tão pouco pode manter companhia com a pessoa talhada para o seu próprio bem estar; torna-se constantemente exilado por distúrbios externos levados para seu sistema através de erros em entender a direção da Natureza, e em conseqüência sofre em corpo e alma. Ele não acha nunca nenhuma paz qualquer que seja, e sua vida torna-se um fardo. Uma vez que a cultura desse amor, o presente celestial, é o principal requisito para alcançar a sagrada salvação, torna-se impossível para o homem avançar um degrau sem esse amor.
Veja Revelação 2:2-4
“Eu conheço teus trabalhos, e o teu labor, e tua paciência, e como tu não podes suportar eles que são o mal; e tu os tens testado a eles os quais dizem ser apóstolos, e não são, e tens encontrado-os mentirosos. E tens perseverança, e suportastes provas por meu nome, e não te deixaste esmorecer. No entanto tenho algo contra ti, porque tu deixaste teu primeiro amor.

Sutras 7, 8

Coragem moral (Virya) surge de Sraddha, dirigindo o seu amor para o Guru, e afetivamente seguindo suas instruções.
Aqueles que removem nossos distúrbios, dissipam nossas dúvidas e concedem paz, são verdadeiros professores. Eles realizam um trabalho divino. Seu oposto (aqueles que incrementam nossas dúvidas e dificuldades) são nocivos para nós e deveriam ser evitados como veneno.
Como explicado no capitulo prévio, essa criação é substancialmente nada, mas uma mera idéia - jogo da Natureza na única Real Substância, Deus, o Pai Eterno, que é Guru - o Supremo - neste universo. Portanto, todas as coisas dessa criação são nenhuma outra substância que o Guru, o Pai Supremo, o próprio Deus, percebido em pluralidade pelos múltiplos aspectos do jogo da Natureza.
Veja João 10:34 e Salmos 82:6
“Jesus respondeu a eles, Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois Deuses”
“Eu tenho dito, Vos sois deuses; e todos vocês são crianças do mais Alto.”
Fora desta criação, o objeto que libera-nos de nossas misérias e dúvidas e administra-nos paz seja animada ou inanimada, e pode ser como tal insignificante, é outorgada para nosso máximo respeito. Mesmo que seja considerado por outros como um objeto de vil desrespeito, deveria ser aceito como Sat (Salvador) e sua companhia como Divina. Aquele, o qual produz resultados opostos, destruindo nossa paz, atirando-nos em dúvidas, e criando nossas misérias, deveria ser considerado Asat, a ruína de todo o bem, e deveria ser evitado como tal. As escrituras Indianas tem um dito:
Alguns consideram as deidades como existindo na água (N.E., elementos naturais) enquanto os eruditos considera-as existindo no celeste (mundo astral), os tolos procuram-lhes na madeira e pedras (imagens e símbolos), mas o yogui realiza Deus no santuário do seu próprio Ser.
Para alcançar a salvação os homens escolhem como seu Salvador os objetos que eles podem compreender de acordo com seu próprio estágio de evolução. Assim, em geral, as pessoas pensam que as enfermidades são uma calamidade e a água, quando propriamente administrada, tende a remover as doenças, homens ignorantes podem escolher para sua divindade a própria água.
Filósofos, sendo hábeis em compreender a Luz elétrica interna que brilha no seu interior, encontram o amor fluindo energicamente através da Luz que os alivia de todas as causas de excitação, acalmam e abaixam seu sistema para um estado normal e, vigorando sua força vital, faz deles perfeitamente saudáveis, em ambos corpo e mente. Eles então aceitam essa luz como sua Divindade ou Salvador.
Pessoas ignorantes em sua fé cega aceitariam um pedaço de madeira ou pedra como seu Salvador ou Divindade na criação externa, para o qual seu amor natural do coração irá desenvolver até que por sua energética tendência ele irá liberá-los de todas as causas excitantes, acalmará seu sistema, refrescando-o para um estado normal, e revigorando sua força vital. Os adeptos, na outra mão, tendo completo controle sobre todo mundo material,encontram sua Divindade ou Salvador no Ser e não fora no mundo externo.
Considerar o Guru com profundo amor. Para manter companhia com o Guru não é somente estar em sua presença física (o que é algumas vezes impossível), mas principalmente significa mantê-lo em nossos corações e ser uno com ele em princípio e (afinar) entoar a nós mesmos com ele.
Esse pensamento foi expresso por Lorde Bacon: “Uma multidão não é uma companhia, é uma mera galeria de faces”. Para manter companhia, além disso, com o como-Deus objeto é associar-se com Sraddha, o amor intensificado do coração no sentido acima explicado, por manter sua aparência e atributos completamente em mente, e por refletir no mesmo e afetivamente seguir suas instruções cordeiramente. Veja João 1:29
“Aprecie o cordeiro de Deus, o qual tira fora o pecado do mundo.”
Por fazer isso, quando o homem torna-se hábil para compreender o status sublime de seus divinos irmãos, ele pode ser afortunado em remanescendo em tais companhias e em assegurando ajuda de qualquer um deles a quem ele pode escolher como seu Predecessor Espiritual, Sat-Guru, o Salvador.
Assim, para resumir, Virya ou coragem moral pode ser obtida pela cultura de Sraddha, que é, por devotar o seu amor natural ao seu Predecessor, por estar sempre em sua companhia (no sentido interno já explicado), e por seguir com afeição suas sagradas instruções no que elas são livre e espontaneamente dadas.


Sutras 9-11


Coragem Moral é fortalecida pela observância de Yama (moralidade ou autocontrole) e Niyama (regras religiosas).
Yama consiste em não injuriar outros, veracidade, não roubar, continência, e não cobiça.
Niyama significa pureza de corpo e mente, contentamento em todas as circunstâncias, e obediência (seguindo as instruções do Guru).
Firmeza de coragem moral pode ser alcançada pela cultura de Yama, abstenções religiosas; abstenção de crueldade, desonestidade, cobiça, viver não natural, e desnecessárias posses; e de Niyama, as observâncias religiosas: pureza em corpo e mente - limpeza do corpo externa e internamente de todos os problemas externos os quais, sendo fomentados, criam diferentes tipos de doenças no sistema, e clareando a mente de todos os pré julgamentos e dogmas que fazem alguém estreito - contentamento em todas as circunstâncias; e obediência aos sagrados preceitos dos divinos personagens.

O que é vida natural? Para entender o que é vida natural é necessário distinguí-la do que é anti-natural. A vida depende. Viver depende da seleção de (1) comida, (2) residência, (3) companhia. Para viver naturalmente, os mais baixos animais podem selecionar isso por eles mesmos e a ajuda de seus instintos e naturais sentinelas colocados nas entradas sensoriais – os órgãos da visão, audição, tato, olfato e paladar. Com o homem em geral de qualquer maneira, esses órgãos são muito pervertidos vida não natural desde a primeira infância que pouca confiança pode ser posta em seu julgamento. Para entender, portanto, o que nossas necessidades são, devemos depender da observação, experimentação e razão.
O que o alimento natural é para o homem? Primeiro, para selecionar nosso alimento natural, nossa observação deveria estar dirigida para a formação dos órgãos que auxiliam na digestão e nutrição, o dente e o canal digestivo; para a tendência natural dos órgãos dos sentidos, os quais guia os animais para a sua comida; e para a alimentação dos mais novos.
Observação dos dentes. Pela observação dos dentes nós descobrimos que nos animais carnívoros os incisivos são pouco desenvolvidos, mas os caninos são de extraordinário tamanho, protuberantes e pontudos, para cortar a presa. Os molares também são pontudos, todavia, essas pontas não se encontram, mas encaixam-se lado a lado para separar as fibras musculosas.
E nos animais herbívoros os incisivos são extraordinariamente desenvolvidos, os caninos são mirrados (embora ocasionalmente desenvolvam-se em armas, como nos elefantes ), os molares são de topo largo e supridos de esmalte somente nos lados.
Nos frutívoros todos os dentes são aproximadamente do mesmo tamanho; os caninos são um pouco projetados, cônicos, e grossos (obviamente não intencionados a rasgar presas mas para exercer resistência). Os molares são de topo largo e supridos no topo com dobras esmaltadas para precaver o gasto causado pelo seu movimento lateral, mas não pontudos para mastigar carne.
Por outro lado, nos animais onívoros, tais como o urso, os incisivos assemelham-se àqueles dos herbívoros, os caninos são como àqueles dos carnívoros, e os molares são ambos pontudos e de topo largo para servir a um propósito duplo.
Agora, se observarmos a formação dos dentes no homem descobrimos que eles não se assemelham àqueles dos carnívoros, tampouco aos dentes dos herbívoros ou dos onívoros. Eles assemelham-se, exatamente, aos dos animais frutívoros.
Deste modo, a conclusão razoável é que o homem é um frutívoro ou um comedor de frutas*.
Observação do canal digestivo. Pela observação do canal digestivo, descobrimos que o intestino dos animais carnívoros são 3 a 5 vezes a medida de seu corpo, medido desde a boca ao ânus, e seu estômago é quase esférico. O intestino dos herbívoros são 20 a 28 vezes a medida de seu corpo, e seu estômago é mais extenso e de complexa compleição. Mas o intestino dos animais frutívoros são 10 a 12 vezes a medida de seu corpo, seu estômago é algo mais extenso que aqueles dos carnívoros e tem uma continuação no duodeno servindo ao propósito de um segundo estômago.
Essa é exatamente a formação que nós encontramos nos seres humanos, embora a Anatomia diga que intestino humano seja 3 a 5 vezes a medida do corpo - fazendo o erro de medir o corpo da coroa até a sola, ao em vez de da boca ao ânus. Assim, podemos de novo concluir que o homem é, com toda probabilidade, um animal frutívoro.
Observação dos órgãos dos sentidos. Pela observação da tendência natural dos órgãos dos sentidos, o marco para determinar o que é nutritivo, pelo qual todos os animais são dirigidos para seu alimento, nós observamos que, quando os animais carnívoros encontram presas, eles ficam tão encantados que seus olhos começam a faiscar, sangrentamente rasgam suas presas e avidamente bebem os jatos de sangue. Ao contrário, os animais herbívoros recusam até mesmo seu alimento natural, deixando-os intocados, se ele é salpicado com um pouco de sangue. Seus sentidos de olfato e visão levam-no a selecionar gramas e outras ervas para sua comida, os quais ele prova com encantamento. Similarmente com os animais frutívoros, observamos que seus sentidos sempre os dirigem para os frutos das árvores e dos campos.
Nos homens de todas as raças, observamos que seus sentidos de olfato, audição e visão nunca os leva a abater animais, ao contrário, não podem mesmo suportar a visão de tais mortes. Abatedouros são recomendados a serem sempre removidos para longe das cidades, e os homens freqüentemente impõe rigorosas proibições ao transporte descoberto de carne fresca. Então, pode a carne ser considerada alimento natural do homem, quando seus olhos e narizes são tão contra isso, exceto tapeado pelos sabores de especiarias, sal, e açúcar? Por outro lado, quão deliciosas achamos a flagrância de frutas, cuja visão freqüentemente faz dar água na boca!
Isso pode também ser notado em relação a vários grãos e raízes de agradáveis odores e gostos, apesar de tênues, mesmo quando não preparados. Assim, de novo, essas observações nos levam a concluir que fomos pretendidos a ser um animal frutívoro.
Observação da alimentação do jovem. Pela observação da alimentação do jovem concluímos que o leite é indubitavelmente o alimento do recém nascido bebê. Leite abundante não é fornecido pelo peito materno se ela não toma frutas, grãos e vegetais como sua alimentação natural.
Causa de doença – Portanto, destas observações a única conclusão razoável que pode ser tirada é de que vários grãos, frutas, raízes, e - para bebida - leite, e água pura abertamente exposta no ar e sol, são decididamente o melhor alimento natural para o homem. Esses, sendo compatíveis com o sistema quando tomados de acordo com o poder dos órgãos digestivos, bem mastigados e misturados com saliva, são sempre facilmente assimilados.
Outros alimentos são artificiais para o homem, e sendo incompatíveis com o sistema são necessariamente estranhos ao mesmo, e quando entram no estômago não são bem assimilados. Misturados com o sangue, acumulam no excreto e outros órgãos impropriamente adaptados a eles. Quando não podem achar o caminho para fora, depositam-se em fendas do tecido pela lei da gravitação e, sendo fermentados, produzem doenças mentais e físicas, e finalmente conduzem a morte prematura.
Desenvolvimento das crianças – A experiência também prova que uma dieta natural não irritante para o vegetariano e, quase sem exceção, é admiravelmente condizente com o desenvolvimento das crianças, tanto físico quanto mental. Suas mentes, entendimento, vontade, as principais faculdades, temperamento, e disposição geral são propriamente desenvolvidas.
Vida Natural acalma as paixões. Observamos que quando meios extraordinários, tais como excessivo jejum, flagelamento, ou confinamento monástico são recorridos com o propósito da supressão das paixões sexuais, esses meios raramente produzem o efeito desejado. Experiência demonstra, todavia, que o homem pode facilmente dominar essas paixões - o arquiinimigo da moralidade-, pela vida natural de uma dieta não irritante, como referido acima, obtendo, desse modo, uma tranqüilidade mental a qual todo psicólogo reconhece ser a mais favorável para a atividade da mente e para o claro entendimento, tanto quanto para um judicioso modo de pensar.
Desejo sexual. - Alguma coisa a mais deveria ser dita aqui sobre o instinto natural de procriação, o qual é próximo do instinto de auto-preservação, o mais forte no corpo animal. Desejo sexual, como todos os outros desejos, tem um estado normal e anormal ou estado doentio, esse último resultante somente de assuntos externos acumulados por uma vida não natural, como mencionado acima.
No desejo sexual todos tem um preciosíssimo termômetro para indicar as condições de sua saúde. Esse desejo é forçado de seu estado normal pela irritação dos nervos que resultam das pressões de assuntos externos acumulados no sistema, as quais pressão é exercida nos aparatos sexuais e é primeiro manifestada por um crescente desejo sexual seguido por uma gradual decadência da potência.
A raiz da árvore da vida. O órgão sexual - a junção de extremidades nervosas importantes, particularmente dos nervos simpáticos e espinhais (os principais nervos do abdome) os quais, com sua conexão com o cérebro são capacitados a avivar por completo o sistema – é, em um sentido, a raiz da árvore da vida.
O homem bem instruído no uso apropriado do sexo pode manter seu corpo e mente em saúde apropriada e pode viver em toda parte uma vida agradável.
Os princípios práticos da saúde sexual não são ensinados porque o público considera o assunto como sujo e indecente. Assim cegados, a humanidade pretende cobrir a natureza com um véu porque parece a eles impura, esquecendo que ela é sempre limpa e que tudo impuro e impróprio jaz nas idéias do homem, e não na natureza em si. É claro por isso que o homem, não conhecendo a verdade sobre os perigos do abuso do poder sexual, e sendo compelidos para as práticas erradas pela irritação nervosa resultante da vida não natural, sofre moléstias incomodas na vida e, em última analise, torna-se vitima de morte prematura.
Lugar de morada do homem. Em segundo lugar, sobre nosso local de trabalho. Podemos facilmente entender, quando nos sentimos desconfortáveis em entrar em um quarto cheio após respirar ar puro no topo de uma montanha ou em um extenso campo ou jardim, que a atmosfera da cidade ou qualquer lugar cheio é realmente não natural para morada. A fresca atmosfera do topo de um campo ou jardim, ou de um lugar seco sob arvores cobrindo um largo lote de terra e livremente ventilado com ar fresco, é próprio lugar de morada para o homem concordante com a natureza.
A companhia que nos deveríamos manter. E em terceiro lugar, quanto à companhia que deveríamos manter. Aqui também, se ouvirmos os ditames de nossa consciência e consultarmos nossas ligações naturais, iremos de uma vez concluir que favorecemos aquelas pessoas de que o magnetismo nos afeta harmoniosamente, que acalmam nosso sistema, internamente revigoram nossa vitalidade, desenvolvem nosso amor natural, e assim aliviam-nos de nossas misérias e nos administram paz. Isso é para dizer que devemos estar em companhia de Sat ou Salvador e deveríamos evitar aquela de Asat, como descrito anteriormente. Por manter a companhia de Sat (o Salvador) somos habilitados a gozar de perfeita saúde, física e mental, e nossa vida é prolongada. Se por outro lado, desobedecemos o aviso da Mãe Natureza, sem ouvir as injunções de nossa pura consciência, e mantemos a companhia do que quer que tenha sido designado como Asat, um efeito oposto é produzido, nossa saúde é prejudicada, e nossa vida encurtada.
Necessidade de Vida Natural e pureza. Assim a vida natural é útil para a prática de Yama, as ascéticas abstenções como explicado antes. Pureza de mente e corpo sendo igualmente importante na prática de Niyama, as observâncias ascéticas já explicadas, toda tentativa deveria ser feita para atingir essa pureza.






Sutras 12-18


Daí os cativeiros desaparecem. Os oito cativeiros ou ciladas são ódio, vergonha, medo, dor, condenação, prejulgamento racial, orgulho da ancestralidade, e presunção.
(Remoção dos oito cativeiros) guiam a magnanimidade do coração.
Assim, alguém torna-se ajustado a praticar Asanas, Pranayama, e Pratyahara; e a deleitar-se com a vida de chefe de casa (pelo preenchimento de todos os desejos e assim livra-se deles).
Asana significa uma fixa e prazerosa postura do corpo.
Pranayama significa controle sobre Prana, força-vida.
Pratyahara significa abstração dos sentidos dos objetos externos.

As oito maldades do coração. A firmeza de coragem moral, quando alcançada, remove todos os obstáculos no caminho da salvação. Esses obstáculos são de oito tipos: ódio, vergonha, medo, dor, condenação, prejulgamento racial, orgulho da ancestralidade, e limitado sentido de respeitabilidade - os quais são as oito maldades do coração humano.
O despertar da magnanimidade do coração. Pela remoção desses oito obstáculos, Viratwam ou Mahattwam (magnanimidade do coração) aparece, e faz o homem ajustado para a prática de Asana (permanecer em postura fixa prazerosa), Pranayama (controle sobre Prana, eletricidade involuntária de energia), e Pratyahara (mudando a direção das correntes nervosas interiores). Essas práticas habilitam o homem a satisfazer seu coração por deleitar-se com os objetos como pretendido para Garhasthyashrrama (doméstica vida).
Valor do Pranayama. O homem pode por os nervos voluntários em ação quando ele quiser, e pode dar a eles descanso quando fatigados. Quando todos esses nervos voluntários requerem descanso ele dorme naturalmente, e pelo sono os nervos voluntários, sendo reanimados, podem trabalhar de novo com todo vigor. Os nervos involuntários, todavia, independente da sua vontade, estão trabalhando continuamente por eles mesmos desde seu nascimento. Como não tem controle sobre eles, não pode intervir em quais serão suas ações finais. Quando esses nervos tornam-se fatigados eles também querem descanso e naturalmente caem adormecidos. Esse sono dos nervos involuntários é chamada Mahanindra, o grande sono, ou morte. Quando isso ocorre, a circulação, transpiração, e outras funções vitais tendo parado, o corpo começa a deteriorar. Dentro em pouco, esse grande sono Mahanindra é findo, o homem acorda, com todo o seu desejo, e é renascido em um novo corpo físico para a realização de seus vários anelos. E nesse caminho o homem amarra-se a vida e morte e falha em alcançar a salvação final.
Controle sobre a morte. Mas se o homem pode controlar esses nervos involuntários pelo já citado Pranayama, ele pode parar o deterioramento natural do corpo material e colocar os nervos involuntários (do coração, pulmões e outros órgãos vitais) a descansar periodicamente, como ele faz com seus nervos voluntários no dormir.
Após tal descanso por Pranayama os nervos involuntários tornam-se revigorados tornam-se revigorados e trabalham com nova resplandecente vida.
Como após dormir, quando o descanso foi retirado pelos nervos voluntários, o homem não requer ajuda para despertar naturalmente; assim depois da morte também, quando o homem tiver desfrutado de um completo descanso, ele naturalmente desperta para vida em um novo corpo na terra. Se o homem pode “morrer”, que seja conscientemente por seu sistema nervoso inteiro, voluntário e involuntário, à todos os dias pela pratica de Pranayama, seu total sistema físico trabalha com grande vigor.
Vida e morte vêm sobre o controle do Yogue que persevera na pratica do Pranayama. E nesse caminho ele salva seu corpo da decadência prematura que sobrevém a maioria dos homens, e pode permanecer tanto tempo quanto ele desejar na sua forma física, assim tendo tempo de trabalhar fora seu karma em um corpo e a preencher (e assim livrando-se de) todos os vários desejos de seu coração. Finalmente purificado, ele não é mais requisitado a vir outra vez a esse mundo sob a influência de Maya, Escuridão, ou a sofrer a segunda morte.
Veja Corintos I 15:31 e
Revelações 2:10, 11
“Eu protesto pelo nosso júbilo o qual eu tenho no Cristo (consciência cristica), Eu morro diariamente.”
Santo Paulo
“Seja tu fervoroso até a morte, e Eu irei dar-te a coroa da vida... Ele que vencer não deverá ser ferido pela segunda morte.”
Necessidade de Pratyahara. O homem aprecia uma coisa quando ele assim deseja. No momento da apreciação, de qualquer modo, se ele dirige seus órgãos sensoriais, através dos quais ele aprecia, para o objeto do seu desejo, ele não pode ficar satisfeito, e seu desejo aumenta em dupla-força. Ao contrário, se ele pode dirigir seus órgãos dos sentidos interiormente para seu Ser, nesse momento ele pode satisfazer seu coração imediatamente. Assim, a prática do citado Pratyahara, a mudança de direção das correntes nervo voluntárias interiores é um caminho desejável para preencher seus desejos mundanos. O homem haverá de reencarnar vez após vez até que todos os seus anelos terrenos sejam trabalhados e ele fique livre de todos os desejos.
Necessidade de Asana. Homem não pode sentir ou mesmo pensar propriamente quando sua mente não está em um estado agradável; e as diferentes partes do corpo humano são tão harmoniosamente arranjadas que se mesmo qualquer minúscula parte deste fosse um pouco ferida, o sistema inteiro tornara-se em distúrbio. Então, para compreender uma coisa, qual seja a sentir uma coisa pela clareza do coração, a prática do acima dita Asana, a fixa e prazerosa postura é necessária.

Sutra 19-22

Smriti, verdadeira concepção, leva ao conhecimento de toda criação.
Samadhi, verdadeira concentração habilita um abandono da individualidade por universalidade.
Daí ascende Samyama (“restrições” ou vencendo o egoísta ser), pelo qual um experimenta a vibração Aum que revela Deus.
Assim a alma (é batizada) em Bhakti Yoga (devoção). Assim é o estado de Divindade.


Smriti, a verdadeira concepção. Homem, quando expert nas acima mencionadas práticas, torna-se hábil em conceber ou sentir todas as coisas dessa criação pelo seu coração. Essa verdadeira concepção é chamada Smriti.
Samadhi, verdadeira concentração. Fixando a atenção firmemente em qualquer objeto assim concebido, quando o homem torna-se tão identificado com isso como se ele fosse isento de uma natureza individual, ele atinge o estado de Samadhi ou verdadeira concentração.
Pranava Sabda, a Palavra de Deus. Quando o homem dirige todos seus órgãos dos sentidos sobre seu centro comum, o sensório ou Sushumnadwara, a porta do mundo interno, ele percebe sua dádiva do divino luminoso corpo de Radha ou João Batista, e ouve o peculiar som de “batida”, Pranava Sabda, ou Palavra de Deus.
Veja João 1:6,7,23
“Ouve lá um homem mandado por Deus, o qual o nome era João. O mesmo veio para testemunhar, para dar testemunho da Luz, que todos os homens possam através dele acreditar.”
“Eu sou a voz que clama na solidão.”
Samyama, a concentração do eu. Assim perseverando, o homem naturalmente acredita na existência da verdadeira Luz Espiritual e, abstraindo seu eu do mundo externo, concentra-se no sensório. Essa concentração do eu é chamada Samyama.
Bhakti Yoga ou batismo, o segundo nascimento do homem. Por esse Samyama ou a concentração do eu no sensório, o homem torna-se batizado ou absorto na sagrada corrente do Divino som. Esse batismo é chamado Bhakti Yoga. E nesse estado o homem arrepende-se, que seja, virando-se desta grosseira criação material de Escuridão, Maya, ele sobe de volta para sua Divindade, o Pai Eterno, de onde ele caiu, e passando através do sensório, a porta, penetra em uma esfera interna, Bhuvarloka. Essa entrada no mundo interno é o segundo nascimento do homem. E nesse estado o homem torna-se Devata, um divino ser.


Sutra 23

Cinco estados do coração humano. Lá existem cinco estados: obscuro, impelido, fixo, devotado e limpo. Por esses diferentes estados do coração o homem é classificado, e o estado evolucionário determinado.


Sutra 24

No estado obscuro do coração, o homem nutre conceitos errôneos (sobre tudo). Esse estado é o resultado de Avidya, ignorância, e produz um Sudra (um homem da mais baixa casta). Ele pode captar somente idéias do mundo físico. Esse estado mental é prevalecente na Kali Yuga, a Escura Idade ou Ciclo.
O coração obscuro. No estado obscuro do coração o homem se engana; ele pensa que sua porção grosseira material é a única real substância em existência, e não há nada além. Embora, isso seja contrário a verdade, como tem sido explicado antes, e é nada mas que efeito de Ignorância, Avidya.
Sudra, ou classe serviçal. Nesse estado o homem é chamado Sudra, ou pertencendo a classe serviçal, porque seu dever então é servir a pessoas de alta classe a fim de assegurar sua companhia e de tal modo preparar seu coração a atingir um estagio mais alto.
Kali Yuga, o ciclo obscuro. Esse estado do homem é chamado Kali; e quando quer que em qualquer sistema solar o homem em geral permaneça neste estado e é ordinariamente privado do poder de avançar alem do mesmo, o sistema inteiro é dito estar na Kali Yuga, a Era Negra.


Sutra 25,26

Passando além do primeiro estágio no plano de Brahma o homem esforça-se por iluminação e ingressa na natural casta Kshatriya (guerreira).

Ele é impulsionado (por forças evolutivas) a lutar (pela verdade). Ele procura um Guru e aprecia seu divino conselho. Assim um Kshatriya torna-se ajustado a residir em mundos do mais alto entendimento.
O coração impelido. Quando o homem torna-se um pouco iluminado ele compara suas experiências no mundo material, conjuntamente ao seu estado desperto, com suas experiências em sonho, e entendendo as últimas como sendo meras idéias começa a divagar em dúvida com a substancial existência do moldador. Então, seu conhecimento (coração) torna-se habilitado a aprender a real natureza do universo e, esforçando-se para clarear suas dúvidas, procura por evidências que determinem o que é verdade.

Kshatriya, a classe militarista. Nesse estágio, o homem é chamado Kshatriya, ou um da classe militar; e para lutar na maneira acima dita torna-se seu desígnio natural, por aquelas performances ele poder arrumar uma visualização sobre a natureza da criação e lograr o real conhecimento da mesma.
Sandhisthala - o lugar entre o alto e o baixo. Esse estado Kshatriya do homem é chamado Sandhisthala, o lugar entre o mais alto e o mais baixo. E nesse estado, tornando-se ansioso pelo conhecimento real, precisando ajuda um do outro uma vez que a principal necessidade para ganhar a salvação, aparece no coração.
Motivado pela energética tendência desse amor, o homem afetivamente mantém companhia daqueles que eliminam problemas, esclarecem dúvidas, e permitem paz a ele e, principalmente, evita qualquer coisa que produza o resultado contrário; ele também estuda cientificamente as escrituras dos divinos personagens.
Quando o homem encontra, seu Sat-Guru, o Salvador.
E desse modo, o homem torna-se hábil em apreciar o que é a verdadeira fé, e entender a real posição dos divinos personagens quando ele é afortunado em assegurar a Divina companhia de algum que irá gentilmente prostra-se a ele como seu Preceptor Espiritual, Sat-Guru, ou Salvador. Seguindo afetivamente os sagrados preceitos, ele aprende a concentrar sua mente dirigindo seus órgãos dos sentidos para seu centro comum ou sensorium, Sushumnadwara, a porta da esfera interna. Lá ele percebe o corpo luminoso de João Batista, ou Radha, e ouve o santo Som (Amém, Aum) como uma corrente ou rio; e sendo absorvido ou batizado neste, começa a mover-se de volta acerca de sua divindade, o Pai eterno, através dos diferentes Lokas ou esferas da criação.


Sutra 27


Os mundos ou Lokas da criação são sete: Bhu, Bhuvar, Swar, Mahar, Jana, Tapo, e Satya. Essa terra e o estado terreno do homem de conscientização é chamado Bhuloka).

Os sete Lokas. E no caminho em direção da Divindade através das sete esferas ou estágios da criação, designados como Swargas ou Lokas pela Saga Oriental, como descrito no Capítulo 1:13. Esses são Bhuloka, a esfera da matéria grosseira; Bhuvarloka, a esfera dos pólos ou auras magnéticas, os átomos; Janaloka, a esfera das reflexões espirituais, os Filhos de Deus; Tapaloka, a esfera do Santo Espectro, o Espirito Universal; e Satyaloka, a esfera de Deus, a Eterna Substância, Sat. E desses sete planos, os três primeiros (Bhuloka, Bhuvarloka, e Swarloka) contém a criação material, o reino das trevas, Maya; e os últimos três (Janaloka, Tapaloka, e Satyaloka) contém a criação espiritual, o reinado da Luz. Maharloka ou a esfera do Átomo, estando ao meio, é considerada a porta comunicante entre esses dois - a material e divina criação-, e é chamada Dasamadwara, a décima porta, ou Brahmarandhra, o caminho para a Divindade.




Sutra 28


Entrando Bhuvarloka (“ar” ou “o mundo do tornar-se”) o homem torna-se Dwaja ou Duplamente nascido. Ele compreende a segunda porção da criação material - aquela das sutis, penetrantes forças. Esse estado mental e prevalecedor na Dwapara Yuga.

Dwaja ou duas vezes nascido.
Quando o homem, sendo batizado, começa a arrepender-se e mover-se de volta através do pai eterno e, retirando seu eu do grosseiro mundo material Bhuvarloka, ele é dito pertencer ao Dwija ou classe duplamente nascida. E nesse estado, ele compreende suas eletricidades internas, a segunda porção sutil da criação material; entende que a substância exterior é substancialmente nada, mas mero aglutinante ou união dos seus sutis objetos internos dos sentidos (os atributos negativos das eletricidades) com seus cinco órgãos dos sentidos (os atributos positivos) através dos cinco órgãos da ação ( os neutralizantes atributos do mesmo), causado pela operação da sua mente e consciência (conhecimento).

O coração impulsionado. Esse estado do homem é Dwapara; e quando esse torna-se o estado geral natural do ser humano em qualquer sistema solar, o completo sistema é dito estar em Dwapara Yuga. E nesse estado Dwapara, o coração, torna-se impulsionado.
Se o homem continua nesse estado batizado, permanecendo imerso na sagrada vibração, ele vai para o estado prazeroso aonde seu coração abandona inteiramente a idéia do mundo externo e torna-se devotado ao interno.

Sutra 29


Em Swarloka (“céu”) o homem é ajustado a entender os mistérios de Chitta, a magnética terceira porção da criação material. Ele torna-se a Vipra (aproximadamente um ser perfeito). Esse estado da mente é prevalecente na Tetra Yuga.
O coração devotado. E nesse devotado estado do homem, retraindo seu eu de Bhuvarloka, o mundo dos atributos magnéticos, as eletricidades e pólos; ele então torna-se hábil para compreender Chitta, Coração, a magnética terça porção da criação. Esse Chitta, como explicado no Capitulo 1, é o átomo espiritualizado, Avidya ou Ignorância, uma parte, tão boa quanto a criação inteira. O homem é então dito a pertencer ao Vipra, ou aproximadamente a perfeita classe. Esse estado do ser humano, chamado Treta, quando torna-se o estado geral dos seres humanos naturalmente em qualquer sistema solar, o completo sistema é dito estar em Tetra Yuga.

Sutra 30


Através do verdadeiro arrependimento o homem alcança Maharloka (o “grande mundo”). Não mais sujeito à influência da ignorância, Maya, ele alcança um coração limpo e entra na casta natural dos Brahmanas (“conhecedores de Brahma”). Esse estado mental é prevalecido na Satya Yuga.
O coração limpo. O homem continuando em direção a Deus mais longe eleva seu eu para Maharloka, a região de magnetismo, o Átomo; então todos os desenvolvimentos da Ignorância sendo retraídos,seu coração vai para um limpo estado, vazio de todas as idéias externas. Então, o homem torna-se hábil para compreender a Luz Espiritual, Brahma, a Real Substância no Universo, o qual é a última e final porção espiritual na criação. Esse estágio do ser humano, chamado Satya, quando torna-se o estado geral do homem naturalmente em qualquer sistema solar, o completo sistema é dito estar em Satya Yuga.

Sutra 31, 32


Não meramente refletindo mas manifestando a luz espiritual, o homem eleva-se para Jnanaloka, o reino de Deus.
Então ele passa para Tapaloka, a esfera de Kutasha Chaitanya.
Abandonando a vã idéia de existência em separado, ele alcança o estado de final liberação ou Kaivalya, unidade com Espírito.
E nesse modo, quando o coração torna-se purificado, ele não mais meramente reflete, mas manifesta a Luz Espiritual, o Filho de Deus; que é, a criação da Luz. E nesse estado, o homem é chamado Jvanmukta Sannyasi, como Senhor Jesus de Nazareth.
Veja João 3:5 e 14:6
Em verdade, em verdade vos digo... quem não nascer de água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
Nesse estado o homem compreende a si próprio como nada, mas uma mera efêmera idéia repousando em um fragmento do universal Sacro Espírito de Deus, o Pai Eterno, e entendendo a real reverência, ele sacrifica seu eu nesse Sagrado Espírito, e assim alcança Tapoloka, a região do Sagrado Espectro.
Dessa maneira, sendo um e o mesmo com o universal Sagrado Espírito de Deus, o homem torna-se unificado com o próprio Pai Eterno e então vem para Satyaloka no qual ele compreende que toda essa criação é substancialmente nada, mas mero jogo de idéias da sua própria natureza, e que nada nesse universo existe por traz de seu próprio Ser. E nesse estado de unificação é chamado Kaivalya, o Ser Só.
Veja Revelações14:13 e João 16:28


Capitulo 4

A revelação

Sutra 1-3


Adaptado é alcançado pela purificação dos três corpos do homem. Esse é também alcançado pela graça do Guru.
Purificação vem através da natureza, penitência e mantras.
Através da natureza há a purificação da matéria densa (o corpo físico); através da penitência, purificação da matéria sutil (o penetrante corpo); através de mantras, purificação da mente.
Adaptado é alcançado pela purificação do corpo em todos os respeitos. Purificação do corpo material pode ser efetuada por coisas geradas com o mesmo ao longo da Natureza; aquela do corpo magnético (Chitta, Átomo espiritualizado, Coração) pela regularização da respiração, a qual é chamada mantra, o purificador da mente. O processo de como essas purificações são efetuadas podem ser aprendidas aos pés dos personagens divinos que testemunham luz e suportam o testemunho da Consciência Cristica.

Sutra 4-5


Através do sagrado efeito do mantra, a Pranava ou Aum torna-se audível.
O sagrado som é ouvido de vários modos, de acordo com o estágio de desenvolvimento (em purificar o seu coração).
Pela cultura da regularização da respiração como dirigido pelo Preceptor Espiritual(Sat-Guru), a Sagrada Palavra (Pranava ou Sabda) espontaneamente aparece e torna-se audível. Quando esse mantra (Palavra, Pranava) aparece, a respiração torna-se regularizada e checa a deterioração do corpo material.
Esse Pranava aparece em diferentes estágios de adiantamento, de acordo com a purificação (Chitta).





Sutra 6


Um (Alguém? Quem?) que cultive o amor natural do coração obtém a guia do Guru, e inicia seu sadhana (caminho de disciplina espiritual). Ele torna-se o pravartaka, o iniciado.
Já foi explicado o que é Sat-Guru e como manter a sua companhia. O homem quando dotado com o Celestial presente do puro amor, naturalmente torna-se disposto a evitar a companhia do que é Asat e a manter a companhia do que foi descrito como Sat. Por afetivamente manter a companhia de Sat, ele pode ser afortunado o suficiente a agradar a quem pode gentilmente elevar-se para ele como seu Sat - Guru ou Preceptor Espiritual. Pela manutenção da companhia do seu Preceptor Espiritual como-Deus cresce a inclinação, Pravritti, no coração do discípulo para salvar a si próprio da criação da escuridão, Maya, e ele torna-se Pravartaka, um iniciado nas práticas de Yama e Niyama, as abstenções ascéticos e observações necessárias para obter salvação.


Sutra 7

Pela prática de Yama e Niyama, as oito perversidades do coração desaparecem e a virtude aumenta. Assim, o homem torna-se um Sadhaka, o verdadeiro discípulo, ajustado a alcançar a salvação.
Deve ser lembrado que pela cultura (OU CULTO?) de Yama e Niyama, as oito perversidades desaparecem do coração humano e a magnanimidade aparece. E é nesse estágio que o homem torna-se ajustado para a prática das posturas ascéticas e os outros processos apontados por seu Sat-Guru para alcançar a salvação: quando ele continua a praticar o processo apontado por seu Sat-Guru, torna-se um Sadhaka ou discípulo.


Sutra 8

Ele progride nas linhas de Deus, ouve o santo som de Aum, e torna-se Siddha, personagem divino.
Em referência ao capítulo 3 será encontrado como o discípulo, enquanto passando sobre os diferentes estágios, torna-se hábil em conceber os diferentes objetos da criação no seu coração; e como ele gradualmente avança através de estados de meditação, e como por último, por concentrar sua atenção no sensório, percebe o peculiar som Pranava ou Sabda, a sagrada palavra que o tempo o coração faz divino e o Ego, Ahamkara, ou filho do homem torna-se emergido ou batizado na corrente de lá, e o discípulo torna-se Siddha, um adepto, o divino personagem.


Sutra 9


Então ele percebe a manifestação do Espírito, e passa através dos sete Patala Lokas (ou centros na espinha), segurando os sete Rishis.
E nesse estado de batismo (Bhakti Yoga, ou Surat Sabda yoga, absorção do Ego no sagrado Som) o homem arrepende-se, e retraindo seu eu do mundo externo de matérias grosseiras, Bhuloka, penetra no interior de assuntos sutis, o Bhuvarloka. Lá, percebe a manifestação do Espírito, a verdadeira Luz, como sete estrelas nos sete centros ou lugares reluzentes astralmente, os quais são comparados aos sete candelabros de ouro. Essas estrelas, sendo a manifestação da luz da verdade, o Espírito, são chamados anjos ou Rishis, os quais aparecem um após o outro na mão direita do filho do homem; que é seu caminho direto à Divindade.
Os sete candelabros de ouro são os sete luminosos lugares no corpo, conhecidos como cérebro, o sahasrara; medula obloncata, a ajna chakra, e cinco centros na coluna - cervical, visuddha, dorsal, anahata, lombar,manipura, sacral, swadhisthana e coccygeal, muladhara, onde o Espírito torna-se manifestado. Através desses sete centros ou igrejas, o Ego ou filho do homem passa para a Divindade.
Veja Revelações 1:12,13,16,20 e 2:1
“ E sendo virado eu vi sete candelabros de ouro; e no meio dos sete candelabros um como o filho do homem ... E ele tinha em sua mão direita sete estrelas.”
“o mistério das sete estrelas a qual tu vistes na minha mão direita, e os sete candelabros de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas; e os sete candelabros os quais tu viste são as sete igrejas.”
“Essas coisas disse ele que segura as sete estrelas na sua mão direita e anda no meio dos sete candelabros de ouro.”
E nesse estado de batismo (Bhakti Yoga ou Surat Sabda Yoga), o Ego, Surat, o filho do homem, gradualmente atravessando os sete lugares mencionados, adquire o conhecimento de lá; e quando completa a jornada através destas regiões, ele entende por completo a verdadeira natureza do universo. Retraindo seu eu de Bhuvatloka, a fina criação material, entra em Swarloka, a fonte de todas as matérias, finas e grosseiras. Lá, ele percebe a forma astral luminosa em volta do seu coração, Átomo, o trono do Espírito o criador, provido com cinco eletricidades e com dois pólos, Mente e Inteligência, de sete diferentes cores como num arco-íris. E nessa esfera elétrica, mente e inteligência, a fonte de todos objetos dos sentidos e dos órgãos do seu deleite, o homem torna-se perfeitamente satisfeito como tendo a possessão de todos os objetos de seus desejos, e um completo conhecimento de lá.
Assim, a supracitada forma astral com suas eletricidades e pólos, as sete partes dali, tem sido descrita como um ataúde de conhecimento, o livro com sete fechos. Veja Revelações 4:3 e 5:1
“e havia um arco-íris em volta e acima do trono.”
“e eu vi na mão direita dele que sentava no trono um livro escrito por dentro e na parte de traz selado com sete fechos”


Sutras 10

Então, por causa do conhecimento da ioga e do poder, o homem obtém supremacia sobre as sete Swargas (mundos celestes). Ele alcança salvação por dissolver as quatro idéias originais (os quatro manus ou pensamentos primeiros pelo qual a criação brota no ser).
Passando por esse Swarloka, o filho do homem vem para Maharloka, o lugar do magneto (o átomo), o qual as idéias de manifestação (Palavra, Tempo, Espaço, e partícula (átomo) são as quatro partes componentes. Como mencionado no Capitulo 1, esse Maharloka representa Avidya, Ignorância, o qual produz a idéia de existência separada do eu e é a fonte do Ego, o filho do homem.
Assim o homem (manava), sendo o filho de Deus, sublevai todos os limites da Obscuridade, Maya, e torna-se possuidor de todas aiswaryas, as majestades ascéticos. Essas aiswaryas são de oito tipos: Anima, a força de fazer o corpo de alguém ou qualquer outra coisa, tão pequena quanto ele prefira, até mesmo tão pequena quanto um átomo, anu.
Mahima, o poder de magnificar ou fazer o corpo de alguém ou qualquer outra coisa tão grande quanto lhe aprouver.
Garima, o poder de fazer o corpo de alguém ou qualquer outra coisa Guru, tão pesado quanto ele preferir.
Prapti, o poder de apti, obter qualquer coisa que lhe aprouver.
Vasitwa, o poder de vasa, colocando tudo sobre controle.
Prahamya, o poder de satisfazer todos os desejos, Kama, por irresistível força de vontade.
Isitwa, o poder de tornar-se Isa, o Senhor sobre tudo mais (todas as coisas?).
Veja João 14:12
“Rápido, rápido, Eu digo entre vos, ele que acredite em mim, os trabalhos que Eu faço deve ele fazer também; e maiores trabalhos que esse ele deve fazer porque Eu vou para o Pai.”

Sutra 12

O conhecimento da evolução, vida, e dissolução, levam assim a completa emancipação dos limites de Maya, desilusão. Mantendo o eu no Eu Supremo, o homem ganha liberdade eterna.
Assim, o homem sendo possuído de aiswaryas, as ascéticas majestade acima ditas, compreende completamente o Espírito Eterno, o Pai, a única Substância Real, como Unidade, o Perfeito Completo, e seu Ser como nada mais que mera idéia repousando num fragmento daquela Luz Espiritual. O homem assim compreendendo, abandona de uma vez a vã idéia de existência em separado de seu próprio Ser e torna-se unificado com Ele, o Espírito Eterno, Deus o Pai. Essa unificação com Deus é Kaivalya, a meta última do homem, como explicado nesse tratado.
Conclusão
“Amor regula a corte, o campo, o arvoredo.
Os homens abaixo os santos acima;
Por amor ser celeste e celeste ser o amor”.
A força do amor tem sido belamente descrita pelo poeta na estância descrita acima.
Isso foi claramente demonstrado nas idas páginas que “amor é Deus”, não meramente como o mais nobre sentimento de um poeta, mas como um aforismo da verdade eterna. Para qualquer credo religiosa que o homem possa pertencer e qualquer que possa ser sua posição na sociedade, se ele propriamente cultivar esse princípio regulador naturalmente implantado no seu coração, ele é certo de estar no atalho direito, á salvar a si próprio de vagar nessa criação da Escuridão, Maya.
Isso tem sido mostrado nas páginas precedentes como o amor pode ser cultivado, como por essa cultura é alcançado o desenvolvimento, e quando desenvolvida, através desse motivo somente, como o homem pode encontrar seu Preceptor Espiritual, através do favor de quem ele outra vez torna-se batizado na sagrada corrente, e sacrifica seu Eu ante o altar de Deus, tornando-se unificado com o Pai Eterno para todo o sempre. Esse pequeno volume é ainda concluído com uma zelosa exortação para o leitor nunca esquecer a grande meta da vida. Nas palavras do grande iluminado sage, Shankaracharya:
“A vida é sempre insegura e instável, como uma gota de água na folha de lótus. A companhia de um personagem divino, mesmo por um momento, pode salvar e redimir-nos.”

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