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quinta-feira, 28 de maio de 2009

A TRANSFORMAÇÃO ATRAVÉS DA MEDITAÇÃO



Havia um jovem que não conseguia de forma alguma sustentar sua família. Era forte, vigoroso e, finalmente, transformou-se num bandoleiro de estradas; ele atacava as pessoas, roubava-as e, com o dinheiro, sustentava seu pai, sua mãe, esposa e filho. Isto prosseguiu continuamente, até que, certo dia, um grande santo chamado Narada caminhava quando foi atacado pelos bandoleiros. O sábio perguntou ao assaltante: "Por que você vai me roubar? É um grande pecado roubar seres humanos e matá-los. Por que você está cometendo este pecado?" O ladrão disse: "Porque eu preciso sustentar minha família com este dinheiro." "Ora," disse o sábio, "você acha que eles também compartilham do seu pecado?" "Certamente que sim", respondeu o assaltante. "Muito bem", disse o sábio, "deixe-me em segurança devidamente amarrado aqui; enquanto isso, você vai até sua casa e pergunta a seus familiares se eles vão querer compartilhar de seu pecado da mesma maneira que irão compartilhar do dinheiro que você irá conseguir.

" O homem foi então até seu pai e perguntou: "Pai, o senhor sabe como eu o sustento?" Ele respondeu: "Não, não sei." "Eu sou um assaltante, mato pessoas e roubo-as." "O que! Você faz isto, meu filho? Vá embora! Você, fora da lei!" Ele, então, foi até sua mãe e perguntou-lhe: "Mãe, a senhora sabe como a sustento?" "Não", respondeu ela. "Através de roubo e assassinato." "Que coisa horrível!", exclamou a mãe. "Mas a senhora quer compartilhar do meu pecado?", disse o filho. "Por que deveria? Eu nunca roubei", respondeu a mãe. Então, ele dirigiu-se a sua esposa e perguntou-lhe: "Você sabe como eu sustento vocês todos?" "Não", respondeu ela. "Ora, eu sou um assaltante de estradas", ele replicou, "e durante anos tenho roubado as pessoas; é assim que sustento e mantenho todos vocês. E o que eu quero saber é se você está pronta a compartilhar do meu pecado." "De forma alguma. Você é meu marido e é sua obrigação sustentar-me." Então, os olhos do ladrão foram abertos. "Esta é a lei do mundo - mesmo meus parentes mais chegados, para quem venho roubando, não querem compartilhar do meu destino." Ele voltou para o local onde havia amarrado o sábio, desmanchou seus laços, caiu a seus pés, narrou tudo e disse: "Salve-me! Que posso fazer?" O sábio disse: "Abandone seu curso presente de vida. Você vê que ninguém de sua família, realmente, ama você, então desista de todas essas ilusões. Eles vão compartilhar de sua prosperidade; mas, no momento em que nada tiver, fugirão de você. Não há ninguém que irá compartilhar de seu infortúnio, mas todos compartilharão de seus bens. Portanto, adore Aquele que está ao nosso lado, seja no bem, seja no mal. Ele nunca nos abandona, pois o amor nunca nos causa dano, não conhece barganhas nem o egoísmo."

Então, o sábio ensinou a ele como fazer o culto. E este homem largou tudo e penetrou na floresta. Lá prosseguiu orando e meditando, até que se esqueceu de si mesmo de tal maneira que as formigas vieram e construíram cupins ao seu redor e ele estava absolutamente inconsciente disso. Depois de muitos anos se passarem, apareceu uma voz que disse: "Levanta-te, ó sábio!" Assim despertado, ele exclamou: "Sábio? Eu sou um ladrão!" "Não mais um ladrão", respondeu a voz. "Tu és um sábio purificado. Teu velho nome se acabou. Mas, como tua meditação foi tão profunda e grandiosa que tu não notaste nem mesmo os cupins que te rodearam, teu nome será, doravante, Valmiki * - aquele que nasceu no cupim." Assim, ele tornou-se um sábio. (IV. 63-65)

* Valmiki é o autor do grande épico "O Ramayana".

Swami vivekananda

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