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quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Guru e o Discípulo



O relacionamento entre o guru-preceptor e o discípulo é divino, objetivando apenas a auto-revelação. Eles servem uns aos outros, de acordo com a sua capacidade, e o objetivo é sempre espiritual. Durante os quatro meses de treinamento, o discípulo, através do serviço e da humildade, aprende sobre a vida espiritual sob a supervisão direta do mestre. O mestre trabalha para transformar a vida do aluno removendo o ego e a ignorância.

Há uma bela história sobre o sábio Vyasa e o seu discípulo Jainini. Jainini foi um grande erudito e um discípulo sincero do sábio Vyasa, mas tinha certa arrogância quanto ao seu próprio conhecimento intelectual. Um dia, o sábio Vyasa estava ditando as escrituras e Jainini estava anotando. O sábio Vyasa compôs o seguinte verso valavad indriya gramam panditan apakarsant: “Os sentidos são tão poderosos que o homem de conhecimento também comete erros algumas vezes”.

Ao ouvir isso, Jainini pensou: “Isso não é possível. Se uma pessoa é sábia, como pode ser subjugada pelas tentações dos sentidos? Pelo contrário, ela irá superá-las”. Com esse pensamento, ele modificou o verso para dizer valavad indriya granam panditanapakarsanti “Embora os sentidos sejam poderosos, o homem de conhecimento está livre de erros”.

O onisciente sábio Vyasa nada disse. Ele desejava ensinar ao discípulo a verdade da vida de uma forma diferente. Naquela tarde, o sábio Vyasa comunicou a Jainini que se ausentaria por alguns dias, para realizar um trabalho urgente, em um local distante. Ele confiou a Jainini a tarefa de tomar conta do fogo sacrificial. Então, o sábio Vyasa partiu. Nessa mesma noite, após as orações, Jainini recolheu-se na sala do fogo sacrificial para meditar. Lá fora havia tempestade, chuva e vento muito forte. Jainini ouviu alguém batendo à porta. Abriu a porta e viu uma mulher atraente e jovem. Ele lhe perguntou em que poderia ajudá-la.
Ela disse “Estou a caminho de minha aldeia, mas, por causa da chuva e da tempestade, eu não consigo ir. Por favor, você poderia me dar abrigo por esta noite?”. Jainini, por hospitalidade, permitiu que ela entrasse e passasse a noite na cabana. A jovem disse que não era adequado para um brahmachari (celibatário) permanecer com ela, no mesmo aposento, durante a noite. Então, Jainini saiu e tentou dormir do lado de fora.

Aí, o jogo da ilusão começou. Jainini sentou-se silenciosamente, mas a sua mente corria para a jovem e a sua beleza. Ele pensou consigo mesmo “Seria bom passar esta noite solitária conversando com ela”. Então ele bateu à porta e lhe disse que estava frio lá fora e que seria bom ficar lá dentro.

Ela protestou, mas Jainini, insistentemente, entrou assim mesmo. Ele tentava conversar e a fitava o tempo todo, o que ela desaprovava. Lentamente, os seus sentidos foram tornando-se mais poderosos e nublando a sua consciência. Ele se aproximou e a tocou, e lhe disse que gostaria que eles estivessem juntos por um tempo.

Ela lhe disse, “Você é um brahmachari, não deveria pensar dessa maneira. Isto não é bom”. Cego de paixão, ele tocou os pés dela e pediu o seu consentimento. Ela, por fim, concordou, com a condição de que ele se abaixasse e andasse como um cavalo, para que ela se sentasse em suas costas e, assim, dariam sete voltas ao redor do fogo sacrificial. Depois, ele poderia tê-la. Jainini concordou.

Enquanto Jainini tentava andar como um animal, com a mulher sentada em suas costas, ela começou a murmurar o verso que o sábio Vyasa lhe ditou naquela manhã e que Jainini modificou. “Embora os sentidos sejam poderosos, o homem de conhecimento está livre de erros”. Quando Jainini ouviu isso, percebeu a sua própria fraqueza. Levantou-se para se afastar dela, mas os longos braços dela o envolveram e o seguraram. Não eram os braços tentadores da moça, mas os braços de seu guru, o sábio Vyasa.

Desta maneira, o sábio Vyasa ensinou ao seu discípulo a verdade da vida e como ser sempre cauteloso e atento em cada passo da vida. O guru transforma a vida do discípulo para torná-la mais espiritual e preciosa.

Que as bênçãos de Deus, do sábio Vyasa e de todos os mestres divinos recaiam sobre a vida de cada aspirante espiritual e possibilitem-lhes atingir o objetivo da vida. Com abundância de paz, bem-aventurança e alegria na data auspiciosa do Guru Purnima, o Dia do Mestre, vamos oferecer a flor da nossa devoção e do nosso amor aos pés Divinos do Mestre e buscar a sua divina orientação em cada passo de nossas vidas.

Paramahamsa prajnanananda

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